sábado, 8 de novembro de 2008

ilha....

Ia o mar, ia e vinha, por entre o sol e a noite, num mundo de estrelas e ventos fortes, fracos de quando em quando, mas ventos de vida e marés que sabiam encher e vazar, ia o mar, vinha também, como os dias, que sem licença entravam em vez, a sua, num calendário de coisas tantas, momentos seguidos e seguidos em forma de horas e dias ! De novo, pouco via Manel, que não a certeza da correnteza, que arrastava sem fulgor uns, levava mortos outros, mostrava e escondia um ror de quietos alegres, viajantes do acaso, brincalhões de vagas ideias, vagalhões de brincadas teias. De velho, o do costume, a eterna novidade de as não haver, a sabida vontade de escapar ao marasmo de mares que não vão, marés que não enchem, de céus que não escurecem em estrelas secretas na luz do dia. Nadava Manel em vida afora, sem queixume ou arrelia, em lume que querendo ardia, em vida que querer sabia. E um dia, um simples dia, em simples Maria, lindíssima Maria, feita ilha de terra em mar, num verde de alma e olhos parou. Parou o mar e a vida e o momento, parou Manel, de espanto e esperança, num ruído de batidas de coração que lhe matava a descrença. E correu ... sonhou, voou e nadou o caminho, de ilhas de bocados imaginados. E entendeu a cor do mar!

3 comentários:

José Ceitil disse...

Quando a Maria é bonita aos olhos do Manel, não há mares intransponíveis nem praias longe de mais.

Vitor disse...

…O sonho comanda a vida!

Anônimo disse...

Pronto! Eu não sabia... descobri no "outro lado" que também és escorpião. Parabéns atrasados!