terça-feira, 29 de setembro de 2009

no more pax....


.. e um dia chegamos ao aeroporto e... deparamos com a última chegada, o último perdiem, o último night-stop .. o último isto e aquilo. De uma pessoa com quem aprendemos a rir, a sorrir, a crescer.
Johnny ... goza bem e ri-te ... nunca mais te ligam das escalas. E pendura-te quando quiseres ir matar saudades disto e daquilo.
OBRIGADO !!!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

scorpio

O dia acabara de começar. No deserto nada de novo, nem a este nem a oeste, aliás como se disse, o dia acabara de começar e isso, até ver, era coisa de costume. No deserto, as pedras tinham por companhia cactos e calor, vazios e paisagens sem fim. Nada de novo portanto. Nem as histórias cantadas na noite trazida nos cachimbos dos beduínos. Noites frias diga-se. Como sói no deserto a desoras. Beduinos e noites frias. E tudo tão igual, assim a modos de ninguém surpreender. Tudo tão igual. Inacreditávelmente igual, quase estúpidamente igual. O escorpião espreitou as recônditas sombras que por ali constituiam coisa de assombro. Não eram dali, não seriam dali. E afinal eram. As sombras de sempre sem nada de novo. Que lhe interessava a ele, digno e pedipalpo, que assim fosse? O dia apenas acabara de começar. E isso, no deserto, era coisa de esperar !!! Como o frio. Da noite ....

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sem Maria, sem Manuel

Maria seguia veloz, seguia quiçá perdida, seguia e seguia, como se a certeza dos dias não lhe trouxesse mentira ou hesitação, olhando sua meninice como coisa lá longe e sem memória, Maria era mulher e escolhia vestidos para as ocasiões, tantas e outras, povoadas de seres que nunca lhe adormeceram as noites de histórias agora tão longe, no tempo e na vontade, em coração de teima em guerrear.
Eram diferentes as noites de Maria. Repletas de gentes e de vazios, em músicas de psicadélicas fantasias, de liberdades certas, de fugas para lado algum, Maria era Maria e isso era coisa de deus. E Maria entendia os deuses, com eles brincava o jogo das auroras, dos destinos de rumo e mistério, com a certeza, com a beleza, de quem nada teme por nada querer.
Manuel, bem Manuel não existia. Não ali em mundo de Maria, não em lado outro de pés na terra, Manuel era fantasia, a fantasia, dos dias não nascidos em religião nunca rezada. E os dias em seu desfilar traziam e levavam as mãos, de Maria e Manuel, numa dança futurista de deuses de neón, na louca correria dos dias sem começo nem fim. Por isso, talvez por isso ou apenas por tal, Maria e Manuel desceram à terra e dividiram os medos sonhados, o nada perdido em caminhos de lendas e vidas suas. E tomaram um café, presentes e ausentes como só os destinados à verdade das coisas de nada podem fazer.
Adeus, disseram à saída. Foi bom ver-te por aqui.....

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

flor k de sítio algum

Flor K nascera rebelde, com as mãos livres dos guerrilheiros da esperança, com a vontade dos caminhos sem margem, os cabelos soltos que voavam sem fim. Flor K nascera assim e em espaço curto de dias, parco de gentes, louco em suas tardes de infindas horas e calor parado. Era Flor por vontade de assim lhe chamar a velha avó... o ' K ' viera numa rebeldia de Verão em que resolvera tatuar a alma com o fogo das vontades gritadas de quem se apertava em terra pequena. Flor vira-se nascer em Ponte Ida, terra de vagar, festas e tradições, e desde sempre e por tal amaldiçoara os deuses de domingo que em família recebia ajoelhada, o mesmo domingo que em dia de dilúvio e medos de aldeia a viu partir, verdade Flor partiu, chorou a terra e sua avó ... partiu sem palavra de adeus, foi e pronto, chegou menina ' K ' à cidade grande das luzes e sons da noite, das loucuras corridas em dias de não viver, e esmagada se sentiu em caleidoscópio de vontades de braços mil, vontades de vontade sem fim, de sonhos sem tamanho, de pessoas sem cheiro nem cor.
Flor K despediu-se então dos dias que fizera voar, chorou calada saudades da quentura de palavras e cozinhados que sabia perdidos, morrera-lhe a avó em amargura de perda de menina de vida, Flor quis gritar o amor guardado, fazê-lo voar ao céu das coisas guardadas, quis voltar ao lugar dos passos caminhados em dias de sol.... quis mostrar à cidade o tamanho sem fim das coisas pequenas, de vilas poucas, das roupas de cor de um escuro sempre igual e das missas de tanta gente.
Flor K sentou-se e chorou. Parada, que não perdida, sem medos dos dias de ontem e de amanhã. E às pessoas vindas do nada, querendo nada, perguntou o caminho onde se dizem os adeuses.

tem 14 anos e escreve! assim:

http://migaspais.blogspot.com/2009/09/bola-branca.html

domingo, 13 de setembro de 2009

vista da varanda de um quarto


Desajeitados teus troncos
De árvore sem ramos
E de folhas perdidas
Fingidas janelas
Que não voam ao vento

Que em caos de papel
Reza a fábula do deus louco
Que esqueceu um dia
Por um dia
Quem era, que nome tinha

E nasceste tu cidade
Selva de cheiro nenhum
De sol nenhum
De bicho algum
De almas vazia e esquecida

E tu homem, aqui és bicho
E tu bicho aqui és homem
E a vida tua não queres
A loucura preferes
De viver sem nada teres

Por onde andas cheiro da selva
Por onde voam os pássaros
E rugem as feras ?
Aqui mortos no asfalto
Sem a água dos rios
Mascarados de gente
Da morte com pressa

sábado, 5 de setembro de 2009

toc toc toc

De repetido que eras
Teu som, de sempre
Sem toque de gente
De som apenas
Oco
Quase sem toque
Teu toc toc toc
Como se sem parte
Em letras de Sartre
Visse meu norte
Em oco toque
Vindo do nada

terça-feira, 1 de setembro de 2009

hoje apetece-me falar de BENFIQUISMO !!!


"...heróis fomos todos os que, no campo ou fora dele, trabalharam em prol do clube, em situações difíceis tantas vezes, fazendo chegar o nome do Benfica e de Portugal aos quatro cantos do Mundo..."


Eusébio da Silva Ferreira


Podemos ler de entrada, ao som do nosso hino ' Ser Benfiquista ', as palavras do Rei Eusébio que sintetizam tudo aquilo que TODOS podemos e DEVEMOS dar ao nosso Sport Lisboa e Benfica. Estando lá, SEMPRE, com o Benfica na mente e no coração. Dando tudo e sempre ao Clube. Pedindo apenas em troca que ele mantenha a GRANDEZA que o torna inigualável.


Navego na net, em busca de coisas escritas acerca do mundo do Benfiquismo e dou de caras com este site ... http://www.slbcamisolasoriginais.com/


Passeio com vagar por lá e ... arrepio-me!! Com a história ali descrita e VIVIDA, com dados rigorosos e imagens de sonho de toda uma vida minha. E vejo uma colecção de Camisolas Originais, de Mantos Sagrados utilizados em campo, em momentos épicos e de história. E agradeço a quem devotou o seu tempo a guardar um imparável conjunto de Mantos, a quem nos traz com rigor a história que marca as nossas vidas. O site é um espanto, coisa a não perder.

Acredito que tamanha colecção tenha obrigado a uma dedicação de muitos anos.

Espero que perante a sua enormidade, o Clube entenda que vale a pena vê-la como um Museu do ' suor e lágrimas ' que os nossos jogadores deixaram em campo para alimentar a nossa grandeza.
Contribuí um dia para a aumentar. Tinha uma camisola utilizada por um jogador, que me fôra oferecida no final de um jogo. Era a do João Pinto, a quem ainda hoje estou grato pelo muito que deu ao Benfica enquanto o serviu. Guardava religiosamente essa Camisola, religiosamente mesmo acreditem. Perante a possibilidade de lhe dar a vida que merecia, ofereci-a para esta colecção. Nunca me arrependi, a camisola foi para uma casa que a merece e trata bem entre iguais. Com um lugar na história.

Sei que ainda por lá não existe o Manto Sagrado mais Sagrado. A camisola do Rei ... cujas palavras abrem aquele site. Talvez um dia o Rei resolva isso. Saiba ele entender que talvez não haja lugar mais natural para guardar um Manto seu que este genuíno Museu ...
Não percam uma visita ao site. Vale a pena. é BENFIQUISMO !!!