domingo, 30 de maio de 2010

tristeza

Vestiam-te assim tristeza
De escuro
Pensavam-te sem beleza
Em rosto duro
Perdida em tanta leveza
E erguido o muro
De coisas sós
Das coisas sós

De gente que fomos nós
E tu tristeza, nos avisando
E tu pobreza, nos amarrando
Em coisas vãs
Por coisas vãs
De gente só, de pouco dó
De tanto dó por quem está só

Sem ti, assim demando
Tristeza afinal, quem tu és?
Vestida de escuro, que estranho
E por que me olhas?
Branco puro, acaso vês?
De coisa rara, sem tamanho
Assim tristeza, teu traje escolhas

2 comentários:

XR disse...

Não tem traje
a tristeza
não tem corpo
para cobrir
etérea leveza
indiferente
invisível? transparente?
Passa por nós
roçagando
passos leves
como voando
às vezes toca
outras vai andando
E às vezes fica
e se acerca
e nos cobre
a leveza então
se transforma
em chumbo frio...
Passos tolhidos
olhos fitando
o vazio
lá vai mais um
que a tristeza
envolveu
e sem a ter visto
juraria
que é cor de breu
Diz-me, tristeza
porque nos queres
entristecer?
Não tenho alma
roubo-vos a alegria
para me aquecer...


Beijito, John :)

Vitor disse...

Amigo, mesmo com a tristeza pelo meio, de algum modo a alivias, pelas palavras sábias, escritas e pensadas, que empregas neste texto,poema feito, como se fossem mágicas!

Abraço