domingo, 29 de junho de 2008

welcome back Kaza ....

Cause there are some things we just don't want to go away from our day by day ...

Glad you come back dear Kaza ..

http://dragonfly-giantsteps.blogspot.com/

terça-feira, 17 de junho de 2008

marco ...conto de verdadeiro nada !

Marco, esse era seu nome, questionara-se desde sempre que nome era aquele, não de gente nem pessoa, achava, de qualquer coisa mas não de gente e no entanto era o dele, quer dizer o que usavam para o chamar, nunca a ele se ligara, Marco estava à porta da floresta, perguntava-se porquê, porquê ele ali e com aquele nome, nem floresta de jeito lhe parecia, apenas um emaranhado de coisas, de tantas e confusas coisas, de uma vida de escondidas coisas, de pessoas talvez, mas de coisas por certo, que coisas não entendia, outra coisa que o complicava, entender como aquilo, tanta coisa fora do sitio, das pessoas e dos lugares, entrara pois no emaranhado de mistérios, passeava na lama que se agarrava aos pés, descalço porquê estaria ele ali ? ... caminhava e pronto, desagradáveis os cheiros, garras de unhas pintadas e mascaradas, beijos lindos de judas de fraca figura, que pior para o ridículo que ao espelho não se visse, coisas de não ser e no entanto com nome, coisas de medo seriam ? .. coisas do escuro que ninguém via , ou via sem nada ver, e como se chamariam todos os outros .... tão familiares lhe pareciam, mas não sabia os nomes deles, quer dizer, os nomes sim, quem eram não, não com aquele cheiro e sorrisos de podridão, caras lindas de porra nenhuma, porque se chamaria ele assim, quem lhe dissera que era aquele o lugar, porque acreditara que era Marco ? ... porque nunca se vira com o tal nome de gente, qual não saberia responder, desde sempre se vira ali parado, tipo bocado inevitável de vida, olhou em busca, de amigo ou nome sabido, puxou para si e afastou, que horror de cheiro desconhecido, como teria sido possível chegar ali, sem nome dele, sem nada a não ser o bocado de dentro dele onde não havia outros nomes, nem de gente nem de coisas, abria e fechava os olhos àquela floresta, maldita floresta encantada que lhe deu cabo da pouca crença, daquela que mantinha à força de sonos e sonhos, porra, Marco o quê, de quê? .. seria por não existir que assim se chamava ? ... por nada conhecer a não ser das velhas , gastas e revendidas histórias de fadas que eram aquela gente do diabo, diabo ... seria esse o verdadeiro nome da coisa? ... gostaria o diabo de ter outro nome,.... Marco quem sabe ?
Saiu da floresta, fraco e enjoado, sentou-se, agarrou no seu nome e fugiu , não levou nada ou ninguém, nem tal pena valeria, quem o iria seguir e entender , logo a ele, Marco .... mas que pôrra de nome de nada ..... mas o dele afinal, não o de tantas coisas com nome e nada mais ....
Estranhou à saída seu nome ouvir chamar, quis acreditar que era para ele, ele que chamavam, olhou e viu a Floresta fugir, ela que se despedia num sorriso de vazio fantástico, num mar cheio de coisas fracas e vãs, como vão era seu nome, que bom, tudo se conjugava por fim, um nome de nada para um ninguém por si desconhecido.

Fechou o livro e adormeceu...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

poeta sonhador .. ou pai sonhador ?

Não é hábito ... mas é de justiça, postar aqui palavras ' não minhas ', quando me encantam ! Fi-lo com o editorial de um amigo ... faço-o com um poema de um rapaz de 13 anos. Não por ser meu filho mas ... porque me deixa a sonhar :



O Poeta Sonhador

O poeta foi embora
Caramba, e agora?

O poeta voou daqui
Não disse adeus
Nem a mim
Nem a ti!

Deixou cá a poesia
Mas a alegria
Essa levou-a ele
Para um lugar bem longe

Esqueceu-se do tinteiro
Da pena e do papel
À sombra do salgueiro
Foi crescendo a escrever

Voltou, o poeta!
"Saudades", disse ele
Cá para mim
Não gostou do sonho
E voltou da meta
Para o salgueiro enfadonho

Vemos todos, passa o ano
E o poeta talvez
De novo sonhador
Foi-se embora outra vez


Estranho homem, penso eu
Com um bocejo e um suspiro
Lembro-me do velho salgueiro
E do poeta no seu retiro

Corre em mim o pensamento
Para sempre estamos sós
E a memória do tormento
Daquele homem
O poeta sonhador!
Que já não está entre nós...


por Miguel Pais em ... http://migaspais.blogspot.com/

domingo, 8 de junho de 2008

ex-sonho em banho maria !

Há perto de trinta e cinco anos encantei-me com as letras e grafismo dos jornais desportivos. Há vinte e cinco sonhei que um dia escreveria um artigo num deles, aquele sonho que guardamos e nunca encerramos. Ontem aconteceu ....

JORNADA - Semanário Independente de Futebol.... nas bancas e com algo que nunca esquecerei, na página 45 !!

E deve haver café por lá ... ;-) !!!!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

tinha de vos avisar !!

... passo a transcrever o Editorial , escrito por um Amigo num novo projecto jornalístico - Jornada !. Por um Amigo que escreve .... como um dia irão descobrir e apreciar ..... do melhor, do melhor mesmo !!!!! Vale a pena lê-lo ... em qualquer registo !






JORNADA

UM JORNAL FELIZ
NUM PAÍS TRISTE

Parece-me ouvir casquinadas trocistas vindas das gargantas de alguns dos leitores que hoje, por interesse, por curiosidade ou por puro acaso, se depararam nas bancas com este seu novo jornal.
- Ah! Ah! Mais um...
Pois guarde, para já, o seu escárnio, caro leitor. Bem sei que tem motivos para certa desconfiança. Quantos jornais têm nascido e morrido, com e sem história, neste país que o mar não quer, como lhe chamava Ruy Belo.
Mas nós, que nos deitámos à aventureira tarefa de fazer o exemplar que está neste momento nas suas mãos, não acreditamos em fatalidades. Somos pelo direito à indignação, mas não temos direito à resignação.
Acreditamos em nós e em si: na nossa capacidade de fazer algo diferente; na sua vontade de ler e no nosso gosto de escrever, de ir à procura de notícias, de contar episódios e lembranças, de analisar, comentar, criticar tudo o que vemos e ouvimos, com lealdade, com verdade e com o desejo de esclarecer e de ser útil.
Não sei se, no mundo de hoje, está ou não tudo inventado. Mas não está, certamente, tudo re-inventado. Queremos um jornal que seja uma placa giratória de temas, ideias e opiniões, de pessoas dos mais diversos quadrantes, gente famosa e anónima, homens e mulheres próximos ou distantes daquilo a que se chama a Grande Imprensa.
«Jornada». No local em que escrevo, aqui à Av. Rio de Janeiro, em Alvalade, viveu José Gomes Ferreira, escritor, poeta, até músico. Entre as muitas obras de Fernando Lopes Graça musicadas sobre poemas de Gomes Ferreira há uma, talvez a mais conhecida, chamada «Jornada». Começa assim: «Não fiques para trás, oh companheiro».
Companheirismo: também é disto que trata esta missão de jornalistas que, como escreveu um dia Alfredo Farinha, com quem tive o prazer de trabalhar e aprender, «é ir à procura da vida no meio da vida, ir ao encontro do acontecimento onde ele aconteça, conhecer os problemas dos homens, devassar os segredos das coisas desconhecidas e saber a razão dos êxitos e dos fracassos da sociedade».
Foi, portanto, na casa em que viveu Gomes Ferreira que nasceu a «Jornada».
Será longa esta jornada, por vezes juncada de escolhos. É preciso coragem para continuar a caminhar num país parado. É preciso teimosia para se ser feliz num país triste. Acreditamos que o trabalho sério pode ser divertido. Queremos que, ao pegar neste novo jornal, se divirta a lê-lo ou a folheá-lo como nós nos divertimos a fazê-lo. E que pense e contribua. Que isto seja um diálogo e não um monólogo.
«You’ll never walk alone», cantam os adeptos do Liverpool. Quem já os ouviu, em Anfield, sabe como é arrepiante. Como nunca a dupla Rodgers e Hammerstein, que compôs, em 1945, o tema para o musical «Carousel» o terá provavelmente imaginado.
«Porque nenhum de nós anda sozinho/E até mortos vão ao nosso lado», canta-se em a «Jornada» de Gomes Fereira/Lopes Graça. E o poema foi, também ele, escrito em 1945.
Há sempre momentos em que o futebol e a vida se confundem.
Não andaremos sozinhos. Contamos consigo!

Afonso de Melo