É intrínseco, está-nos na massa do sangue, é coisa anterior à génese da portucalidade em tempos do Sr. Henriques, Afonso de primeiro nome, já dizam os romanos .. ' não se governam nem se deixam governar '.. numa antevisão ao nosso actual .. ' não fodemos nem saímos de cima ! '. O pessoal ' tasse a cagar ', desde que possa debitar reclamos à mesa da refeição, na bicha para um qualquer balcão, em sitio qualquer onde haja uma alminha a ouvir-nos e a assentir em idiotas meneios de cabeça, sim's de manada, chamemos-lhes assim. Trinta e quatro anos depois da revolução, e por muito relativa que seja a noção de muito ou pouco tempo, trinta e quatro anos já são qualquer coisinha, neste tempo todo não ganhámos um pingo que fosse de dignidade enquanto povo inteiro, a malta não quer saber, não se enxerga desde que possa alardear alarvidades, intelectuais claro, em sitios todos, com um imbecil por plateia pelo menos.
Somos contra o aborto ( desde que o possamos fazer de surra e em segurança ) porque ... a Igreja assim o diz, somos a favor do aborto ( num género de fartar vilanagem ) porque ... a esquerda e suas liberdades assim o recomendam. Pensamos a sério na coisa, suas raízes e/ou soluções? Nahhhh! Mantemos esta eterna entrega ao Benfica-Sporting da política, por entre duas forças partidárias que souberam ocupar o sofá e ir empurrando a razão das ideias para lado nenhum. Alternativas ? Uns que repetem a mesma lenga lenga de há anos e anos e anos atrás, como se não tivessem caído muros da vergonha, como se ainda brincássemos ao salto à corda e sem Playstations. Outros que defendem tudo o que mexe e cheira a minoria, por medíocre que seja essa minoria, por idiota que seja o argumento. É-se contra os de direita, contra os de esquerda, quando 90% da populaça teria de andar com uma pedra na mão para distinguir qual é qual. Não me lembro da última vez que esta nossa gente se indignou contra a total indiferença com que é tratada. Por tudo e todos, gente do governo, da oposição, dos sindicatos, maçonarias e obras de deus. Curiosamente sempre os mesmos, apenas com mudança de cadeira prévia e alegremente combinada. Por gananciosos também . Por preguiçosos ainda! E nós ? Nós ... pois !
Casa Pia? Melancia? Felgueiras e Isaltino? Futebol de putaria? Assaltos, assaltos e companhia? Partos em ambulâncias e urgências fechadas porque o Doutor está doente? As notinhas de Matemática que sobem na medida da Tabuada perguntada que desce, alguma coisa indigna esta gente ? Nãozinho mesmo.
Todos somos contra o lixo, que se incinere ou co-incinere, ou anti-incinere se tal existir. Ao pé de nós? Vai de metro Satanás. Somos contra ... mas a favor lá longe! Reciclar? Sim, quem sabe, talvez. Lixo apenas, no entanto, nunca ideias, nunca mentalidades, nunca partidozinho a votar, nunca nada pelo amor de deus, nada que nos faça pensar quem somos ou o que queremos.
Tudo isto porquê? Por nada. Passei por acaso num posto da BP a caminho de casa. Logo hoje, dia em que a DECO, a tal associação que tanto faz e para nada serve... logo hoje que ela nos alertara e incitara para uma reacção popular. Ainda que de efeitos práticos pouco fatais para o monstrozinho das gananciosas petrolíferas e seu aliado Estado arrebatador de impostos por ali ... ainda assim valia a pena tentar alertar essa canalha que o Povo já começa a estar farto e seria capaz de reagir. De trocar a lengalenga que abre e fecha telejornais há meses, numa conversa fiada de que o barril sobe e a gasolina também , o barril desce e ela não ... e mais isto e mais aquilo, sem se dar conta de que entre mortos e feridos, já mamou o polvo umas toneladas boas para a sua engorda, que dê para chulos e todos os quejandos. No entretanto os do costume engordam, sempre os mesmos, Estado incluído, o mexilhão, o eterno fodido quando o mar bate na rocha, cansado da mesma conversa de merda em bichas e balcões, desesperado porque já ninguém liga à sua douta teoria de como tudo resolver, o cidadão tinha ali oportunidade de, sem grande trabalho, dar um ar da sua graça, dedo no ar, sinónimo de existência. Passei no posto da BP, dizia e que vi eu? As seis bombas, SEIS, todas ocupadinhas a abastecer. Tirando o caso improvável de um deles estar a fazê-lo porque a avózinha, recuperada do coma, vira rebentar-lhe as águas e ia parir, tirando esse caso ... todos os outros se esqueceram ou não tomaram conhecimento de que era dia de se ser, de se dizer qualquer coisa ' àqueles cabrões ', como sói dizer-se e ouvir-se na vox populi. Calhando estavam distraídos, calhando eram parvos mesmo, quiçá já não os incomoda o doce dedo no cú que politiqueiros e patos bravos lhes metem diáriamente por entre palavras de entretém.
Mais logo há Benfica - Sporting e isso é que conta. Tá bem que é fodida a hora, é à noitinha, não dá para levar os putos, nem gente de familia que aquilo deve dar porrada e mais isto e aquilo, até isso nos tiraram, mas fazer o quê? Os Oliveirinhas assim querem, há que meter audiências e publicidades, vender sopas e sabão no intervalo televisivo. Vamos reclamar ? Não ... e para quê, assim há mais espaço ... num jogo que dantes metia 100 000 se necessário fosse, hoje menos de metade e já gozamos, fica em privado, que nas horas das coisas mandam eles. Nas horas e em tudo.
Nós.... bem seguimos distraídos, na melhor das hipóteses. Ou então somos parvos, ou gostamnos mesmo é de apêndices no cú. Doces claro. Como as palavras que nos embalam!
sábado, 27 de setembro de 2008
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3 comentários:
…O povo continua manso, e pelos vistos a gostar cada vez mais de dedo no cú, doce ou não, já não notam a diferença…tinham hoje oportunidade de aliviar a pressão, mas mais não fizeram de que enterrá-lo até à noz do dedo…portanto!
…e vai de roda!
Obs.-Realçar a forma estupenda como este texto está escrito (à tua maneira) …onde até os vernáculos estão na forma e medida adequados á questão aqui tratada!
BENFIIIIIIIIIIICA!!!
desculpa janjan... apeteceu-me.
É a consequência de uma história de cultura 'de brandos costumes indiferente...',habituada a aceitar e calar não saber fazer...de um País que só conhece a sobrevivência individual, nunca aprendeu a lutar por interesses e direitos comuns, nem mesmo depois de 50 anos (...)
Bj
Isa
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