Mil eram as vidas e mil eram as pessoas e gentes, e mil os cheiros e mil as mãos, porque mil era coisa grande, era coisa de gente adulta, de mundo grande que não acaba, se esconde em ruídos e medos, coragens inventadas em sonhos sem amarras, e assim as mãos alcançavam o escondido lugar dos corações bons dos heróis das histórias, e escreviam e desenhavam, as mãos, os sonhos, tanto bocado imaginado, tanta a vida, tantas as coisas, mil pois eram, sem fim, como fim não tem o coração que aprende, agarra e abraça, e sendo assim, de mil gritos e mãos dadas, mil as corridas perdidas em fim nenhum, pois que viessem os dias e seus mistérios em cor e sabor, como um beijo de princesa deveria ser, princesa vida sem o beijo da morte. E disse aquela criança em lado nenhum e para ninguém, fantasma de mil deuses, porque mil eram os deuses e à gente grande pertenciam ....
Vi-te vida, vi-te na chuva
Saboreei-te no mar de inverno
E nos pássaros também
Em asas de bater e ir a voar
E no sol dos dias frios
Em rugas de pó de arroz
Em cheiros velhos de amor
E num sorriso, se ele houvesse
E ficasse
E nunca morresse
Numa linda mulher franzina
Que foi sempre o princípio
E nunca o fim
Das histórias
Daquelas histórias
Onde choro feliz
Te choro feliz
Vida
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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2 comentários:
onde te choro feliz....
gostei
:)
Mil, faz-me recordar a infância em que mil era o número maior era aquele que significava o maximo, o mais longe, aqule que era inultrapassável, aquele que nos fazia ganhar aos outros. Será que acontecia o mesmo com todos nós?, será por isso que mil continua a ser e a ter o mesmo significado de outrora?
Foi bom ter ido revisitar a minha infância. Obrigada
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