Flor K nascera rebelde, com as mãos livres dos guerrilheiros da esperança, com a vontade dos caminhos sem margem, os cabelos soltos que voavam sem fim. Flor K nascera assim e em espaço curto de dias, parco de gentes, louco em suas tardes de infindas horas e calor parado. Era Flor por vontade de assim lhe chamar a velha avó... o ' K ' viera numa rebeldia de Verão em que resolvera tatuar a alma com o fogo das vontades gritadas de quem se apertava em terra pequena. Flor vira-se nascer em Ponte Ida, terra de vagar, festas e tradições, e desde sempre e por tal amaldiçoara os deuses de domingo que em família recebia ajoelhada, o mesmo domingo que em dia de dilúvio e medos de aldeia a viu partir, verdade Flor partiu, chorou a terra e sua avó ... partiu sem palavra de adeus, foi e pronto, chegou menina ' K ' à cidade grande das luzes e sons da noite, das loucuras corridas em dias de não viver, e esmagada se sentiu em caleidoscópio de vontades de braços mil, vontades de vontade sem fim, de sonhos sem tamanho, de pessoas sem cheiro nem cor.
Flor K despediu-se então dos dias que fizera voar, chorou calada saudades da quentura de palavras e cozinhados que sabia perdidos, morrera-lhe a avó em amargura de perda de menina de vida, Flor quis gritar o amor guardado, fazê-lo voar ao céu das coisas guardadas, quis voltar ao lugar dos passos caminhados em dias de sol.... quis mostrar à cidade o tamanho sem fim das coisas pequenas, de vilas poucas, das roupas de cor de um escuro sempre igual e das missas de tanta gente.
Flor K sentou-se e chorou. Parada, que não perdida, sem medos dos dias de ontem e de amanhã. E às pessoas vindas do nada, querendo nada, perguntou o caminho onde se dizem os adeuses.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
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Um comentário:
Tenho um pressentimento que... essa "Flor de K...", vai ser sempre rebelde!...
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