terça-feira, 27 de maio de 2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
muro de silêncio !
Parado jazia atrás de si, alto, quente, enorme e intransponivel muro de coisa nenhuma, parado barrava a vontade de se voltar, parado gritava as impossibilidades com que cruzara e tropeçara uma vida que agora não olhava, não via, a vida dos dias que não voltam atrás, a viagem de volta a lado nenhum, aos cheiros e dores, perdidos, tidos e abandonados em dias de coisa vazia. Parado ali estava, muro de transparência volátil, chumbo maior e peso de penas, penas fracas, penas doridas, tardes largadas em corridas de medos sós. Orava em frente ao altar daquele momento, prometia e pedia ao céu que não via, barrado estava, quente e grande era o muro que o fechava, de coragem pouca assim vedada. Quis chorar como menino, gritar como gritavam os loucos, quis dizer os nomes e levar-lhes pedaços, quis ser e voltar, os olhos içou em desafio, as mãos guardou em temor, tocou o muro e passou-lhe a mão em arrepio fantasma. Acordou e nasceu, saltou o fim dos fins e voltou. Àquele dia de calor escondido entregaria a cruz, a sua e a dos homens, a eles entenderia e saberia amar. Saltando muros de gente feita, onde as palavras se escondiam em música e embalavam sonhos perdidos!
sexta-feira, 9 de maio de 2008
manhã ...
Quinze anos ! Esse era o tempo que lembrava ter celebrado naquela última festa de gente dada e não pedida. Tantos e tantos amigos sonhados, não presentes nem buscados, queridos mas nunca tocados. Era de manhã, fresca manhã de ar com cheiro, de luz com letras, onde os animais se despediam em seus olhares de gente com deus. Era de manhã e saiu Raul, em busca de nada mais que não os apertos de uma lágrima, dada e recebida por palavras que aprendera a escrever dentro de si, medo nenhum num bocado de coração pequeno e gigante, em olhos de menino apenas e só, que aprendera a amar o olhar da manhã que sempre o acolhia, da noite que sempre o embalava aquecido. Medo nenhum de partir e assim foi, assim calcorreou seu caminho de sonhos com vida, de vida com sonhos, obrigado coisa franzina que me trouxeste, por toda força que em silêncio fizeste, por todo o medo que em mim escondeste, por tanta vida que não se cortou naquele momento, assim pensou sem olhar para trás naquele dia em que apenas seu cheiro de mãe mulher saberia guardar como tesouro e coisa dada em lição feita corpo e bocado de si. Quinze anos pois então, loucura em cabeça de menino, arranjo em corpo franzino, com tão pouco partiu, de tão pouco fez seu caminho, de gritos e juras eternas, que tal amor entregaria, que a ela guardaria lugar em mundo contado, sonhado e acreditado naquele bocado de céu onde sempre pudera adormecer ouvindo o canto de um passarinho dourado, que era ela e ele, que era tudo que tinha e daria, em mundo de saudade que não chorava. E foi, e foi, e foi ... sabendo que olhando ao caminho em frente, saberia um por um os passos dados e ficados desde aquela manhã.... Com quinze anos apenas !
segunda-feira, 5 de maio de 2008
noite de gente !
Caiu a noite e avançou o tempo, foi-se o dia em bocados, chegou o cansaço de olhos de sono, de sono apenas, sem brilho ou busca, olhos simples e quietos. Parecera por ali existir um ruído de silêncio feito, uma impossível melodia de imagens, de gente, de toda a gente. E afinal não era nada, de especial ao menos, daquele especial que merecesse atenção, bocado de pensamento, tremor e viagem interior em corpo e alma, não era pois nada, sequer invulgar, apenas a cor e o som do fim ...
... de bocados
idos e tidos
de pecados
nunca vividos
... de caminhos
e coisas mais
de desalinhos
e vendavais
... e daquela liberdade
e de tão boa certeza
de vidas sem idade
e fins sem tristeza
... apenas e só o fim
de querer querer
e de querer crer
aqueles olhos assim
.. não era pois mais que isso trazido pela noite, aquela e a de antes, aquela e a de depois, chegado no mesmo vento de mar, na mesma luz de sóis e luas que se revezam em seu labor, de manter vivo tanto lugar. Onde começam e acabam, noites com gente sem gente !
... de bocados
idos e tidos
de pecados
nunca vividos
... de caminhos
e coisas mais
de desalinhos
e vendavais
... e daquela liberdade
e de tão boa certeza
de vidas sem idade
e fins sem tristeza
... apenas e só o fim
de querer querer
e de querer crer
aqueles olhos assim
.. não era pois mais que isso trazido pela noite, aquela e a de antes, aquela e a de depois, chegado no mesmo vento de mar, na mesma luz de sóis e luas que se revezam em seu labor, de manter vivo tanto lugar. Onde começam e acabam, noites com gente sem gente !
quinta-feira, 1 de maio de 2008
familia !
Vi-te em forma de gente
Gente com forma de vida
Longe em tempo sem cor
Vi-te e ali te quis minha
Em dias sem frio ou quente
Em estrada em mim perdida
Perdido nesse dia de amor
Em sonhos que já não tinha
Quem eras, quem eram gente ?
Em mesa que vi com lugar meu
Onde desistiram e medo entrou
Em simples coisa chamada vida
Olhem-se hoje, como quem sente
Em tanto amor que nunca valeu
Por onde andará quem me ensinou
O caminho de uma mão perdida ?
Gente com forma de vida
Longe em tempo sem cor
Vi-te e ali te quis minha
Em dias sem frio ou quente
Em estrada em mim perdida
Perdido nesse dia de amor
Em sonhos que já não tinha
Quem eras, quem eram gente ?
Em mesa que vi com lugar meu
Onde desistiram e medo entrou
Em simples coisa chamada vida
Olhem-se hoje, como quem sente
Em tanto amor que nunca valeu
Por onde andará quem me ensinou
O caminho de uma mão perdida ?
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