sábado, 31 de janeiro de 2009

era uma vez...

Era uma vez um sitio, um sitio com pessoas, quantas não se sabe, não porque não fossem contáveis, apenas porque algumas não o eram, algumas não, muitas, e assim era dificil dizer quantas pessoas tinha o sitio, que as havia devia haver, que se viam poucas era sabido, que se ouviam uma data delas sabido também, pessoas é que não se podia jurar que fossem, falavam como elas sim, quer dizer, falar falavam como humanos, mas daí a pessoas ia um bocado, e nesse sítio eram bem-vindas, ouvidas, escutadas, com a cabeça suas palavras meneadas, que sim pois e perdoadas em toda a extensão do seu vazio, era digamos que um sitio sitiado, que não por gentes e exércitos, apenas pela vontade grande de não a ter, a vontade claro, no sitio pois, o sitiado de que falamos. Estranhíssimo fenómeno um dia se deu por lá, um pingo, era uma vez um pingo, um pingo nem grande nem pequeno, apenas ele mesmo, por ali à vista, a tantos igual e no entanto especial, daqueles que impa, por se saber coisa rara, vista, revista, e no medo dos ignorantes malquista, mas isso não sabia ele, nem que dele nada sabiam, naquele sitio onde era uma vez. Um pingo e pronto. Murmúrios traziam ao vento as respostas, vestidas de medrosos palpites, ganhavam-se ares basbaques, aos tementes da mudança vinham achaques, e todos no sitio ficavam quites, que era de vergonha, nunca, de coragem, menos ainda, de senso do bom, impossível, de indignação, como é possível, de dignidade seria?. Foda-se ! Era de água, apenas um pingo de água mais. E o sitio, onde era uma vez, descansou, assobiou, coçou, limpou a caca eternamente agarrada, guardou o cheiro e invejou!

Um comentário:

Vitor disse...

Há sítios assim…onde pingos…e cheiro da caca, andam eternamente ligados à inveja…