quinta-feira, 9 de setembro de 2010

comboio eléctrico

Sentado em frente ao mecanismo do rodado do comboio, Juande regressava às tardes de sótão onde se perdia em viagens de fantasia. Nunca as imaginara assim. Grandes. Sem côr. Quase sem vida, assim paradas. Dos ' úúúh-úúúh .. pouca-terra, pouca-terra ' que tão longe lhe pareciam cantados, ao vapor imaginado a sair em silvos de liberdade por pequena chaminé, dos momentos sem horas de acabar nem espaços de apertar, sobrava agora um aperto sim, porque ali parado admirava a grandeza da estação em sua imponente indiferença por quem corria a destinos seus, que pequenina e esmagada se tornava ali a sua vontade, que vontade de se encolher e esconder num sótão gigante que nada mais trazia que a magia dos campos selvagens. Juande percebeu que estava crescido agora. Grande. E com cores que iam do escuro ao claro e que consigo traziam mágoas e apertos. Como traziam pessoas a sério que se moviam na estação. Partindo...!

Um comentário:

Vitor disse...

Da azafama de uma vida, em correrias que tais…um momento de candura, para que em escrita sua, uma história das tais…!!!
…Amigo não sei como vão as licitações, mas por aqui o jeito não perdeste.

Abraço