Na frescura da manhã salto por fim daquela noite acordado, naquela longa noite de despedida onde as lágrimas substituiram os sonhos, onde te vivi pela ultima vez através da minha janela! Saí ao nosso derradeiro encontro descalço, para me sentir, para que pudesses olhar para mim uma ultima vez e reconhecesses aqueles sujos pés de menino criança que te acariciaram uma eternidade de dias atrás. Não fui sequer capaz de começar o dia com o repetido copo de leite, nada me entrava no estomago, nada ocupava o meu ser que não fosse o ultimo abraço que tinha para ti. Já não tinha braços para te envolver em toda a tua alma e corpo, sabia no entanto que me sabias dentro de ti, desde sempre, para sempre! Às sete horas em ponto cheguei junto e sentei-me, sei que me ouviste e sentiste, juraria ter-te visto olhar para baixo. Faltavam duas horas para que te arrancassem e levassem, para que toda a tua grandeza e vida não restassem senão dentro da poesia que juntos escrevemos! Abracei-te e devolveste-me um bocado de vida, com o teu calor, o teu cheiro, a tua textura e cor nunca envelhecida!
A meio da manhã arrancaram a velha árvore do pátio da igreja! Com ela levaram também o lugar onde aprendera a não chorar para me tornar um rapaz grande ....
terça-feira, 7 de agosto de 2007
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