sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

ensaio sobre .... escrita ao acaso vinda do nada.. e que me diriam a uma coisa tipo ... isto:

Começara a guerra naquela manhã, o movimento no mercado e ruas à volta estava caótico, Adelle ultimava os preparativos da missa anual de angariação de fundos, destinada aos idosos desprotegidos que dependiam da sua paróquia. O tempo ajudava, enviando seus primeiros raios de sol a derreter neves acumuladas em longo e escuro Inverno, as crianças regressavam a casa, enchiam os corredores com seus gritos e correrias enquanto aguardavam pelo lanche onde se deliciariam com as receitas de velhos biscoitos caseiros e trariam peripécias escolares. Naquele fim de tarde a apreensão tomara conta das mulheres da casa, tempos de guerra levavam os homens, traziam apertos e angústias. O costumeiro acender de brasas e lareira trouxe momentos de silêncios preocupados.
- Temos de pensar nos detalhes da Missa. - arriscou Adelle.
- Teremos muitas missas no futuro, não te parece ? - retorquiu Rose, a velha e eterna governanta, parte e espirito daquela casa e familia.
- Pensemos na Missa, Rosie, guerra é assunto de homens, solidão de mulheres e crianças. Pensemos na Missa.
Sabiam as duas da sua importância no governo dos dias por ali, quando partissem maridos e filhos mais velhos, jardineiros, mordomo, motorista e restante gente homem em condições de a Pátria ir defender. Acenderam pois o lume, um pouco de calor invadiu a sala, num repente as chamas cresceram e a encheram com sua luz e seu mundo de coisa quente. Adelle e Rose sentiram o olhar preso, fixo em miragens de negro e incerto futuro, quadro de chamas seria delas em próximo amanhã, umas a alma aquecendo em dias sombrios, outras arrancando pedaços de coração perdidos por sítios que nunca conheceriam.
De regresso à sala onde brincavam e lanchavam os mais pequenos, juntaram-se a histórias entre deliciosos bolinhos, esqueceram momentaneamente as noticias à sua volta. As ruas mantinham a algazarra de corridas, a vila agitava-se em sua nova realidade de anunciadas deserções.
À noite o jantar foi servido na ampla sala de retratos de familia, mesa outrora composta de formalidades e tradições, em sua rigidez de moralidades e silêncios, vida que a vida foi ensinando a modificar, era já por aqueles dias local de acolhedor ambiente, repleto de vivências anciãs e sonhados futuros de aconchegos mais modernos. Correu o repasto em sua normalidade e no entanto acompanhado por um frio fantasma que assustava adultos, passando ao lado de crianças. Servidos os cafés e conhaques na sala contigua, deitada a gente nova, recolhida aos aposentos a criadagem, juntaram-se na sala em volta de um lume que crepitava como em dias de outrora, Adelle, o marido Cedric e seus irmãos Clarence e Everard. Aguardavam Rose que saíra a orientar os arrumos da noite, estranhavam um pouco a demora em preparativos de fim de dia, não imaginavam que a velha e nunca faltada governanta, amiga, irmã, confessora e baú de eternos conselhos estivesse em seus aposentos, sentada num choro que lhe soltava vinte anos de um peito fechado e escondido, onde vivia e morria diáriamente gente que um dia vira como familia sua, de sangue e promessas !
- Rose demora-se, talvez seja melhor guardar conversas para amanhã, disse Adelle, dirigindo-se ao lume e nele deitando um jarro de águas de fim de noite, pondo cobro a cores e quenturas, indicando que aquele era o momento em que desejava ir descansar. Recolheram os irmãos a seus quartos, Cedric aguardou pelo ultimo momento e às boas noites juntou:
- Rose não se despediu, não o estranhas Addi ?
- Rose nunca se despediu Cédric, da guerra que hoje voltou. Tempos de morte que lhe trarão mortes nunca vividas. Talvez que agora chore e nos ensine o caminho ....

PS: nomes gentilmente sacados em ... http://www.behindthename.com/nmc/eng.php, afinal ... pesquisar um pouco é preciso !!

8 comentários:

Anônimo disse...

"May the force be with you."

(e disse.)

redjan disse...

ki .... was that bad ???

Anônimo disse...

No... mas o que te leio relembra-me o Yoda. Como pode uma divagação estruturada destas estar mal? Mas prefiro quando escreves noutro estilo, acho que as palavras pesam um pouco hoje não?

Ninguém te manda escrever tão bem que tornas os teus leitores exigentes.

"May the force be with you" ou seja... Red continua a escrever e com garra.

Beijo :)

redjan disse...

O Yoda, esse não é um orelhudo canina da guerra das estrelas ? Ki.... roças a crueldade !

Anônimo disse...

Yes indeed... that's him!!

;)

Anônimo disse...

Diria que... está muito bem sim senhor!
Eu, por mim, gostei de ler.

Abraço

Maria Manuela disse...

pelas tuas palavras regressei a memórias e cheiros de infância...

obrigada

Wolf disse...

...guerra é assunto de homens, solidão de mulheres e crianças...

Sublime... fantástico!