sábado, 6 de janeiro de 2007

talvez........

...fosse o momento de acreditar.... estamos aí, debate-se a IVG, vulgo aborto, debate-se é modo de expressão, a coisa é mais bate-se, vai de pau e venda nos olhos, tacadas no quarto escuro .....
- Em que equipa jogo, de que lado? ah.. ok ! Cá vai disto então, opsssss, onde está o meu taco, ah já vi.... lá vai argumento então... desculpe defendo o quê? digo o quê, o do costume ? ah.. bom isso é fácil então!
.... Vão ser por certo uns tempos de verdadeiro desperdicio de falas e ideias, opssssssss.... ideias não, não daquelas com conteúdo, pensadas e sentidas, faladas e vividas, nada que nos faça compreender o flagelo da tristeza... de quem sofre e sente perto ... Legalize-se a coisa, não se legalize a coisa, mas esqueça-se o assunto, tempo de ir em frente, mas em frente para onde?... Pois, isso também é querer saber demais........ não voltem essas mulheres, essas vidas e caminhos a ser assunto, já podem chegar tarde, serem miseráveis e tristes, ricas, pobres ou mesmo gordas, já démos para o peditório do drama... ou talvez e porque não?.....
- Ah meu Deus, como é possivel essa gente fazer isso? Que gente? Essa pois, a de que se fala... não, não conheço, não são da familia, pelo menos da nossa ou da de amigos, as nossas mulheres, filhinhas, amigas e amigas de amigas, são crentes, crentes no GPS que as ajuda a descobrir onde tal não é pecado, onde Deus deu uma fechadinha de olhos... mas afinal de que falamos, referendo a quê? Ah já foi? Quem ganhou? Prolongamento? Mas isso não pode ser... ai pode? Nas nossas consciências? Mau, tenho de ir ao dicionário na net ... consciência? Dasssss, lembram-se de cada uma.... mau afinal não acabou? Nem começou?
E se parássemos só para formatar o disco, só para o pôr com a tecla de pensar, mmmmm ... talvez um software que nos deixasse refletir um pouquinho nas coisas, nas pessoas, nas pessoas todas.... nas que estão e não queriam estar, nas que queriam e nunca estarão, em nós que somos essas pessoas, que toleramos esta nossazinha indiferença ao mais básico sinal de sofrimento, ao mais evidente grito de solidão..... e se fosse este o momento de pensarmos como uma gente.... que entendessemos que mais que a IVG, mais que o aborto, é da Interrupção Voluntária do Pensamento, do aborto que é o nosso software social que desta vez deveríamos tratar? Se de repente e mesmo que por acaso, a tristeza de objectivos deixasse de ser vulgar, o ser-se bom por espertismo, o melhor fintador, o melhor esquecedor de que por tanta vitualha e maneirismo deixámos de ser quem éramos, se de repente tudo isso mudasse e acordássemos .... se de repente nos voltássemos a lembrar da chuva que nos caía em crianças, se de repente voltássemos a ser gente entre gente, fracos e fortes sem peneiras nem medos, apenas um monte de nós mesmos ? E se então sim falássemos sobre as coisas, como as sonhámos e não tivémos ......
Mas como diz o inicio..... talvez.... mas talvez o quê? Valesse a pena pensar? Nahhhhhh, venha de lá o taco e... já agora, que lado defendo, onde uso esta minha demagogiazinha fácil de juntar água?... Afinal, ser imbecil é tão fácil!

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