sábado, 6 de janeiro de 2007

chovia torrencialmente....

Devia ter percebido naquele momento, tantos tantos anos atrás..... quando a chuva sempre lhe parecera acolhedora, sua amiga de infância, sua nos momentos de desespero, fria amante que o protegia, sempre ela em todo o lado! Amara-a desde que pela primeira vez a tivera, refugiara-se com ela quando nos momentos do escuro se fechava dentro de si, onde não havia medos, não havia falhas nem mais ninguém, apenas ele e a chuva, apenas ele e a vida para ser vivida! Naquele momento ela viera despedir-se, era tempo de viverem por si, ela e ele, não havia mais companhia a dividir...
No dia seguinte de novo a chuva, não a mesma, não a sua! Apenas uma chuva de tristezas e de pessoas tristes, de caminhos sem continuação, de desejos que não duram nem suscitam batalha... uma chuva de caminhos fáceis e estupidos, recheados de imbecis que em tempos terão amado qualquer coisa também. Perguntou-se pela primeira vez a partir de que idade a inocência forte das crianças dá lugar à vulgaridade idiota dos adultos, a partir de que momento deixamos de amar a chuva para passar apenas a fugir dela?

2 comentários:

S. disse...

Suponho que a partir do momento em que conhecemos a tristeza e o sofrimento... a nossa inocência vai-se, e uma vez perdida, como sabes, é para sempre!

Anônimo disse...

...há quem nunca fuja...e por isso lhes chamam louca...