Acabado de chegar do Rio, o de Janeiro, por esta altura que culmina um periodo de cinquenta e uma semanas onde tudo converge para o estrondo da noite do desfile no Sambódromo, onde toda a loucura de cor e movimento, de ginga unica em seu torpor sensual, coisa de calor e divina tropicalidade em sua mistura de crioulos e mulatos, negros e brancos, habitantes numa turba possuida pelo espirito do Rei Momo em versão adocicada pelo mel, sorriso e quentura de um povo que dança a alegria de se saber viver, acabado de chegar dizia eu, sinto o cérebro e nele abraço o silêncio de viver sem batuques e prrrri-prrrrrri's, tactoc's e pernas de aranha em danças de ventre, o caos organizado de corpos transidos ! É grande a loucura, inimitável o movimento e cor, fantásticos os cheiros e sabores. Entra e qual fantasma, qual ruido devastador de exaustor disfarçado, aloja-se em canto na cabeça e açambarca a coisa, comemos, bebemos, dormimos e acordamos com o ritmo alojado, ele é a nossa companhia, vida secreta, leva-nos, traz-nos, toma conta de nós. Regressei pois e .... reganhei-me, reencontrei o espaço onde era eu !
Concretamente, trata-se da exaustão com que se pega num momento definitivamente bom de viver e ........ repassá-lo até à exaustão. Ou seja, imagine-se a linda imagem de ver um golo do Glorioso, pegue-se nele e veja-se dez, cem, mil vezes, dez mil vezes, cem mil vezes. Eu sei que não é demais mas ..... a certa altura temos o cérebro em bloqueio. Lógico que ver a rede a dançar, a bunda a sambar, braços encarnados ao alto, mundo de cores em baixo, é espectáculo de receber e viver. O caso é que se o Glorioso doseia a coisa, demais aliás, o Brasil pega no seu entrudo e dá-lhe uma tareia non-stop ao género de Muhammad Ali nos seus tempos áureos. E a coisa, espampanante em seu barulho, aloja-se num vicio de pernas a dar a dar, a malta não se apercebe, o nosso software faz o download e quando damos por nós, é tarde para perceber que já pensamos em apitos, abanamos a bunda e mexemos os pés tipo coração a fibrilhar.
Voltei então para casa. Por cá os Carnavais são os mesmos de sempre. De gentes que pouco gritam às alarvidades, com chuva os que metem tristes reis e rainhas em desfiles normalmente chuvosos. Deus não dorme. Nós sim, quando voltamos do Rio !!
8 comentários:
Nem mais!
Por falar em golos, assim de repente só estou a ver/rever o golo do Zé Pedro... eheheheheh
Abraço,
Bi
Amigo
Gosto da descrição da confusão louca de cheiros e sabores...e também das fotos. Gosto da forma coma "regressas" ao teu campeonato. Não gosto da nostalgia sentida quanto ao teu clube. Se vives a imaginar momentos de glória revendo golos do "glorioso",então estás conformado ao campeonato da 2ª circular e só te resta ver e rever o fabuloso golo do esquerdino Zé Pedro, do meu Belém, ao Sporting.
Eu acredito que o Benfica tem futuro.
Saudações desportivas
Oh amigo jan,andas muito virado ultimamente para "apreciações" curvas e redondas mas,verdade seja dita tambem fazem a delicia da nossa imaginação,mas de qualquer das maneiras delicia-te com o carnaval brasileiro pois o nosso S.L.B.,de alegria não tem nada,mas sim uma "carrada" de brasileiros que a unica coisa que têem de bom é mesmo o seu carnaval!
Um abraço.
Hihihi... isso é que é CARNAVAL!!!
Mas acredito que tenhas vindo de lá com a cabeça cheia... deve ser a loucura total!!!
Adorei a tua descrição! (",)
Beijocas e bom descanso sem priprrrripis!!!
No Brasil o Carnaval é tempo de loucuras... gostaria de viajar até lá. Como não posso... viajo com a minha imaginação!
Um beijo viajante polvilhado de confettis...
Eu não hei-de morrer sei ir ao Carnaval do Rio....
beijos
loucura total! Não te cures! ehehe
enjoy the silence!
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