e a 27 de agosto escreveu-se neste canto :
ventos !
E dos ventos que ouvira
Dos lugares que sentira
Nos momentos então tidos
Em sonhos de menino grande
De tudo um pouco guardara
De tudo muito deixara
E na solidão a surpresa
De se saber na mão de alguém
Desculpem ventos
Voltem lugares
Nos dias, em todos os dias
Aprenderei a ficar
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
passeio no paredão !!
Entro na estação de serviço do costume, dirijo-me aos jornais onde pego n ' A Bola ' enquanto lhe agarro as ' gordas ' da 1ª página, peço um café ao balcão ao mesmo tempo que preparo isqueiro e cigarro. Um sol quente e anormal para quadra natalicia a pedir cenários de neve e pistas de trenós para renas de autómatos Santa's , crucificados em varandas e fachadas onde patéticamente trepam para chaminés em forma de ventiladores, um sol quente dizia, dá ao ambiente um toque inesperado de acolhedor sitio para o ritual diário da tríade BB&M, bola, bica e marlboro ! Duas baforadas, um gole a medo sorvido e algumas noticias com nada de novo mas em obrigatório tom encarnado, são invadidas por frases entrecortadas em vizinha chamada de telemóvel. Mais que desconcentrarem-me, obrigam-me a um olhar inevitável , como se necessidade sentisse de dar rosto àquelas palavras escutadas por inerência geográfica. Uma mulher de terceira idade, seja lá que idade possa essa ser, ensaia desajeitado diálogo de frases soltas em torno de tudo e nada, do tempo estranho que nos aquece ao desfiar do que fez ontem e fará de seguida. Por mais que queira voltar às desportivas actualidades, sinto-me levado naquele timido namoro, imagino as respostas possiveis vindas do outro lado da linha, a minha companheira de pastelaria de estação de serviço conduz o momento para um momento mais que os seus olhos indicam desejar. Percebo que não está fácil, não se vislumbram os imediatismos de quem vive a correr, mistura-se-lhe o brilho de esperança e o cansaço de imaginar solidões, esqueço a actualidade não lida, arrefece-me a bica e queima-se o cigarro, invade-me também pequena agonia que possa resultar de tudo terminar por ali. Apetece-me pegar no aparelho, fazer uso de práticas sedutoras e em nome da já minha amiga, tal é a ternura que sinto naquele olhar de vida que não morre, levar o interlocutor a dizer que sim ... que iria passear em paredão de sol junto ao mar, dar as mãos que voltaram a acordar sós, trocar beijos do mesmo velho amor , com aquele coração que batia por companhia. Dir-lhe-ia mesmo, que bonita é a tua namorada meu velho.... que beleza de mãos gastas , de olhos que brilham quando não choram nem desistem , que linda é esta mulher !
O facto é que a vida me queria noutros lados, já nem cumpri o ritual com a cadenciada devoção, saí de volta ao carro não sem antes lançar um ultimo olhar em busca de um sorriso que em sua certeza me apaziguasse. Reentrei na Marginal e fui ao cantinho dentro de mim onde Lhe peço que interfira ! Deus queira pois que passeiem por esta hora !
O facto é que a vida me queria noutros lados, já nem cumpri o ritual com a cadenciada devoção, saí de volta ao carro não sem antes lançar um ultimo olhar em busca de um sorriso que em sua certeza me apaziguasse. Reentrei na Marginal e fui ao cantinho dentro de mim onde Lhe peço que interfira ! Deus queira pois que passeiem por esta hora !
voando sem fugir ...
Descanso de sol a rodos, mergulho em mornas águas, abro e fecho os olhos como quem pensa que pensa entretanto, escuto o ritmo abalançado que dança no ar, o corpo cede e pede alimento e de corrida encontro um banco corrido, sento-me e sacio-me, choco olhar com pessoa nunca vista, volta meia volta trocam-se-me as voltas e a olhar volto, não reparo bem no momento mas ainda o lembro, um pássaro pousa bruscamente no prato com polenta e voa lesto e livre num bater de asas que prende e agarra, faz tempo que não via janela assim ! Não é normal, mas saí a voar também ... Sem medos das alturas !
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
noites frias ...
Como se houvesse
Frio e calor
E a pessoa soubesse
Um caminho sem dor
Se risse e tivesse
Um rosto de amor
E querendo quisesse
A inocência repor
E viver em dias tantos
Olhares voando vazios
Ventos em palavras ditos
Gritos em triste demente
Pisando , esquecendo prantos
De gentes e sitios baldios
De bocados apenas malditos
Em vida fantasma e dormente
Frio e calor
E a pessoa soubesse
Um caminho sem dor
Se risse e tivesse
Um rosto de amor
E querendo quisesse
A inocência repor
E viver em dias tantos
Olhares voando vazios
Ventos em palavras ditos
Gritos em triste demente
Pisando , esquecendo prantos
De gentes e sitios baldios
De bocados apenas malditos
Em vida fantasma e dormente
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
e trouxe o vento...
... pela janela que teima em quedar-se aberta em tempestade de mortas quietudes :
I only ask of God
He won't let me be indifferent to the suffering ........ outlandish
Tudo que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais ........................................................vanessa da mata
Got you both !
I only ask of God
He won't let me be indifferent to the suffering ........ outlandish
Tudo que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais ........................................................vanessa da mata
Got you both !
repescado da semana ... this post !!!
e a 18 de julho escreveu-se neste canto :
em nome do pai
E em nome de Deus
De todos os Deuses
Aprenderam a matar
Viveram a pisar
Esqueceram as cruzes
Os iguais seus
Grande o perdão
Divina a missão
E dos pregos na mão
Sobrou a solidão
Não creias que foi em vão
A fraqueza do coração
Perdoa Deus Pai
De nomes sem lugar
Tanto uso, tanto abuso
Este homem que cai
De fraca vontade de amar
Que te fez um intruso
em nome do pai
E em nome de Deus
De todos os Deuses
Aprenderam a matar
Viveram a pisar
Esqueceram as cruzes
Os iguais seus
Grande o perdão
Divina a missão
E dos pregos na mão
Sobrou a solidão
Não creias que foi em vão
A fraqueza do coração
Perdoa Deus Pai
De nomes sem lugar
Tanto uso, tanto abuso
Este homem que cai
De fraca vontade de amar
Que te fez um intruso
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
história de um natal diferente !
chegou-me daqui ...
' ... A travessa das rabanadas caiu estrondosamente no tapete. No mesmo tapete onde os dois se tinham sentado 20 anos antes. No mesmo tapete onde tinham feito amor, na única vez que estiveram juntos! Naquele tapete, onde os dois viam agora em simultâneo, um passado escrito a açucar e canela! ... '
... O embaraço da situação, um chão cheio de rabanadas ao som de uma travessa que se estatelava desajeitadamente, o olhar atávico e parado de Ambrósio e Miquelina, seus tios de sempre e para sempre a quem nunca soubera explicar um adeus nunca dito, um aperto de coração que se lhe rebentava num mar de lágrimas que nunca chorara e sabia perdido, tudo resultou como um murro no estomago que o arrancou daquele torpor de vida rasgada. Teresa continuava a mesma calma rapariga de sempre, num rápido e quase invisivel movimento tudo repôs em seu sitio, Carlos acordou daquele pesadelo de diálogo interior em que tudo vira de pernas para o ar num malabarismo da imaginação , sentou-se no lugar que durante vinte anos parecera esperá-lo e num silêncio gritado olhou para a mesa onde havia uma cadeira ainda vazia. A ceia de Natal, daquele Natal, de todos os Natais que não se recordava de ter celebrado, contava certamente com uma pessoa mais, não se atreveu a fazer perguntas, vencia apenas as barreiras, os muros e distâncias que tão desesperadamente sabia ter cavado. Sem recriminações nem questões suspensas de todos aqueles que pareciam acabados de acordar naquela longinqua manhã de há vinte anos atrás, a noite e a ceia acolhiam-no num mundo onde sabia pertencer, onde receara desde sempre ficar, numa agonia inexplicável de medos de vida.
Delicada e frágil no seu corpo de decidida mulher juntou-se à mesa aquela misteriosa companhia, olhos de querer numa educação de gestos perfeita . Teresa, soltou então as guardadas palavras no seu coração de Mãe e mulher:
- Inês, nunca te menti acerca do Pai Natal. Hoje, mulher que és podes então entender. Estes são os teus. O teu Natal, o teu Pai !
Carlos reparou então nos olhos acabados e gastos dos seus tios, de onde saiam lágrimas molhadas em esperanças ao nada arrancadas, nos olhos de firmeza feita naquela Teresa que agarrara num lume nunca perdido, olhou para dentro de si e pela primeira vez desde criança de colo voltou a sentir a força de um beijo, um beijo velho de vinte anos, cujo sabor o guiara de volta !
.... segue aqui ...
' ... A travessa das rabanadas caiu estrondosamente no tapete. No mesmo tapete onde os dois se tinham sentado 20 anos antes. No mesmo tapete onde tinham feito amor, na única vez que estiveram juntos! Naquele tapete, onde os dois viam agora em simultâneo, um passado escrito a açucar e canela! ... '
... O embaraço da situação, um chão cheio de rabanadas ao som de uma travessa que se estatelava desajeitadamente, o olhar atávico e parado de Ambrósio e Miquelina, seus tios de sempre e para sempre a quem nunca soubera explicar um adeus nunca dito, um aperto de coração que se lhe rebentava num mar de lágrimas que nunca chorara e sabia perdido, tudo resultou como um murro no estomago que o arrancou daquele torpor de vida rasgada. Teresa continuava a mesma calma rapariga de sempre, num rápido e quase invisivel movimento tudo repôs em seu sitio, Carlos acordou daquele pesadelo de diálogo interior em que tudo vira de pernas para o ar num malabarismo da imaginação , sentou-se no lugar que durante vinte anos parecera esperá-lo e num silêncio gritado olhou para a mesa onde havia uma cadeira ainda vazia. A ceia de Natal, daquele Natal, de todos os Natais que não se recordava de ter celebrado, contava certamente com uma pessoa mais, não se atreveu a fazer perguntas, vencia apenas as barreiras, os muros e distâncias que tão desesperadamente sabia ter cavado. Sem recriminações nem questões suspensas de todos aqueles que pareciam acabados de acordar naquela longinqua manhã de há vinte anos atrás, a noite e a ceia acolhiam-no num mundo onde sabia pertencer, onde receara desde sempre ficar, numa agonia inexplicável de medos de vida.
Delicada e frágil no seu corpo de decidida mulher juntou-se à mesa aquela misteriosa companhia, olhos de querer numa educação de gestos perfeita . Teresa, soltou então as guardadas palavras no seu coração de Mãe e mulher:
- Inês, nunca te menti acerca do Pai Natal. Hoje, mulher que és podes então entender. Estes são os teus. O teu Natal, o teu Pai !
Carlos reparou então nos olhos acabados e gastos dos seus tios, de onde saiam lágrimas molhadas em esperanças ao nada arrancadas, nos olhos de firmeza feita naquela Teresa que agarrara num lume nunca perdido, olhou para dentro de si e pela primeira vez desde criança de colo voltou a sentir a força de um beijo, um beijo velho de vinte anos, cujo sabor o guiara de volta !
.... segue aqui ...
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
lume por favôr !!
Apressado, angustiado, arrevezado, roído, embutido, já meio fodido, procuro lume para o miserável cigarro há mais de uma hora, mais a puta da chuva, vem batida ao vento, louca que dança e molha sem piedade e está fria, mesmo fria, como consegue entrar até ao osso ? ... Molhos de gente que se cruza, se toca e se empurra, ganha o espaço segue à frente, rostos fechados, cenhos franzidos, caras vazias em cenário fantástico de cérebros de plástico, num desejo monástico de sobreviver sem falar, querer, ler ou apalpar ... Continuo na busca, não passa mão com cigarro aceso, isqueiros proibidos em bolsos ensopados, fósforo para me alumiar a alma e pulmão é miragem que não ousa desenhar-se .... desesperozinho que cresce, enerva e sacode a pouca paciência que me restava, desisto da coisa pela coisa, saio do marasmo, páro um, páro dois, abano-os e grito-lhes aos ouvidos, roça a loucura o esgar de espanto da pessoa mexida, num sofrimento não preparado ao toque e divisão, de espaço e olhar. Desisto à décima e racho um ao meio, fulmino-o com o poder dos deuses abandonados, largados, esquecidos, gozados, abro-os um a um e enjoa-me o cheiro, cheiro a morto vivo, plástico derretido e acamado em cabeças de manequins. Deito fora o despedaçado resto de filtro e tabaco, atravesso a rua e sento-me encostado , acalmado, arrevezado, roído, embutido, inteiramente fodido ! Ao lado um velho desdentado com o ar alucinado de quem acordou para viver, oferece-me um cigarro de cheiro e curioso sabor, levanta-se e desaparece, não sem antes esboçar um esgar de esperança ..... também não desististe ainda estranho??
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
repescado da semana... this post !
e a 17 de julho escreveu-se neste canto :
estrada perdida !
E na doce tontura
Na lenta luxuria
Num vazio que perdura
Nessa fingida procura
Fingida incuria
Dura a minha loucura
Não ouço os gritos
Não vejo a dor
Falta-me o dar
Venero os mitos
Que num torpor
Pareço alcançar
Sei bem que minto
Que aprendi a viver
Numa loucura dormente
Sei que te sinto
Que um dia soube ver
Onde deixei de ser gente
Sofre na guerra
Na solidão de ser só
No abandono da vida
E de mesma e igual terra
Dizem que do mesmo pó
Se fez a estrada perdida
estrada perdida !
E na doce tontura
Na lenta luxuria
Num vazio que perdura
Nessa fingida procura
Fingida incuria
Dura a minha loucura
Não ouço os gritos
Não vejo a dor
Falta-me o dar
Venero os mitos
Que num torpor
Pareço alcançar
Sei bem que minto
Que aprendi a viver
Numa loucura dormente
Sei que te sinto
Que um dia soube ver
Onde deixei de ser gente
Sofre na guerra
Na solidão de ser só
No abandono da vida
E de mesma e igual terra
Dizem que do mesmo pó
Se fez a estrada perdida
sábado, 8 de dezembro de 2007
cinzas!!
Escorregadas na mão
Cinzas e almas
Sentidas de volta
Voadas e calmas
Retive o teu cheiro
Em canto de parte minha
Cinzas e almas
Sentidas de volta
Voadas e calmas
Retive o teu cheiro
Em canto de parte minha
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
ode à chuva !!
Fantasma dança
Caída dos céus
Bocados de vida
Ténue esperança
Vida de momentos meus
Por ti despida
E assim vivida
Apenas sentida
Com sede bebida
Coisa com norte
Pouca a sorte
Que pára na morte
Que não te vê, mãos não tem
Te recebe em corpo fugido
Te toca leve sem sentir
Num destino sem mais além
Em traços de labirinto perdido
Que de medos vive a fugir
Chove chuva, cai com força
Lava, limpa, mostra a magia
De pingos dispersos nas almas
Que antes quebre, ninguém o torça
Fugaz momento, longinquo dia
De lentas mortes e vidas calmas
Por isso te olho quieto
Te recebo e guardo aqui
Cai em mim, molha-me a vida
Faz-me velho e completo
Não esqueça o dia em que te vi
Molhando gente perdida
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
repetir o natal
Dezembro de 2007, dia 6, grandes as semelhanças com igual data de há um ano atrás, de há dois, três e por aí fora até que me lembre. As correrias atrás das lembranças, cada vez mais esmagadoras de um orçamento que mesmo duplicado não se compadece com tanto familiar, amigo, conhecido, relacionado ou pessoa que se insira no quadro ' outros 'com direito a embrulho na noite de 24 / manhã de 25, 6 de janeiro no caso especifico de o lembrado ser espanhol. Nas ruas o mesmo de sempre, catrefada de jogos de luzes, árvores vestidas, edificios engalanados em jogos de luzes a puxar à quadra a atenção embevecida das pessoas, o frio ajuda à procura deste carinho extra, dar e receber que bom pode ser, há que aproveitar este mês em que as consciências são positivamente ligadas à tomada da generosidade! Nos cantos perdidos em esquinas protectoras de noites de chuva, nos semáforos aglutinadores de esperados carros com generosos condutores, os abandonados de sempre a quem se juntam os que em espiral de desatinos de vida entraram desde a ultima consoada, continuam de mãos estendidas e sorrisos perdidos em busca do extra nesta altura de solidariedade calendarizada ! Nas televisões, outdoors, rádios e todo o bocadinho por onde se vislumbre alma, ouvido e olhar de gente, uma despudorada caça ao niquel, nesta satânica barganha de comprar alivios de consciência, neste lavar, limpar, delete & reset de onze meses de egoista vivência em busca de caminhos de paraiso sem gente ao lado, pisados os caídos, ultrapassada a concorrência! E assim devagarinho, com as musicas e côres de sempre, nesta cimeira de tréguas de consciências abandonadas, canta-se e ri-se, vai-se como em todos os anos em busca de coisa alguma, o Natal é mesmo quando um homem não quer. Deixemos agora e por um pouco a fome de lado, aqui e em qualquer lugar, que Deus proteja os sós, coitadinhos, e nós tão queridos que até isso percebemos, pena em barda, moeda extra como prova da nossa grandiosidade de gente, tomem coitadinhos, olhamos para vocês com olhos de gente boa, para o ano haverá mais, para quem não morrer ate lá, de frio, fome, solidão e abandono! Não percam os neons, agarrem-se às cores, emarenhem-se nas filas e corropios, finjam ser gente como nós, ainda que sejam bem melhores. Porque o Natal é de perdão dado em caso vosso, comprado em caso nosso! E agora, dêem-nos licença, vamos só comprar uma lembrançazita mais!
A televisão passa excertos dos filmes padrão do totalitário regime do Natalismo, entre hordas de lembranças e oportunidades de ser magnânime e poupar uns cobres, o Natal Ideal onde se é bom e ainda assim se aforra, f......-se louvada seja a p.... da imaginação do capeta !! Nós corremos ! As mãos estendem-se ! E no mundo onde ninguém se evapora nesta noite, muitos continuam a morrer sós!
Para ELES, um bom Natal.
Para nós também !
guerra dos abandonados !
Ganância tanta e bruta
Urros de homem animal
Estertor de alma puta
Rasgado em luta calada
Rosto de gente desigual
Agonia de vida amarrada
Desistidos povos
Oprimidas ideias
Sonhados fins
Assim vos sinto seres
Brincados em rios de sangue
Amando coisa nenhuma
Negada a força do querer
Desistida a luz do tempo
Ofuscado o pensamento
Num lugar sem olhares
Algures na eterna escuridão
Dádiva de fracos deuses
Omissão de consciências
Sentença de morte em vão
domingo, 2 de dezembro de 2007
repescado da semana ... this post
e a 14 de fevereiro escreveu-se neste canto :
a colaboração de um povo .. !!!
...assim mesmo, à bruta e às claras, o povo dá-se na sua plenitude, nada pede em troca, nada mesmo, apenas que o recebam e abençoem ! E por mais que sejam as vicissitudes, com a vantagem de nem sonhar o que significa tal, acorda e prontifica-se sem mais senãos!!... e pedem-lhe que sejam gente e eles vão mais longe, tornam-se gente e da grauda e deixam crescer o bigode.. e esperam que ele crie, que inove.. e eles sem esforço saiem-se com a Quarteira e o Cacém... e pede-se-lhe que votem e eles lá estão, vão mais longe de novo e até pagam para, e votam e expulsam o marco da casa e não perdoam outras aberrações também, fala-se em reciclar e nem pingo de hesitação, recicle-se em barda ganância e estupidez ... e pedem-lhe beleza e harmonia e que disfrutem a natureza e ele dá-lhes mais ainda, marquisam em aluminio e exponenciam a vida com mais dois metros quadrados .. e pedem-lhe que pense nos outros e ele nem resmunga, pensa mesmo e pede facturinhas para os outros, os amigos de poderosa iniciativa que até Bm's compram... e pedem-lhe que pense, que pense um pouco, daquele pensar cerebral.. e ele.... fodidissimo, implacável e num altruismo sem par recusa... mas magnânime justifica.... se pensasse mandava-vos para a puta que vos pariu e tal transtorno não me seduz .... quem iria depois ser o eleito neste joguinho do rei manda ? ... E então antes de a loja fechar perguntam-lhe se pode ainda colaborar um pouquinho mais... vá lá.... sê um lusitaninho querido e ajuda a eleger o primus inter pares ....
- quê car... repete lá.. isso é comigo?....
- calma, calma, é só mais uma opiniãozinha ... então vamos lá a saber, quem é o presidente da junta de todos os tempos imemoriais que o zarolho poeta ajudou a imortalizar? quem é o melhor tuga... carago???
E numa lista de dez sobreviventes... o povo quer escolher, e desta jura que em consciência... e... abespinhado ergue-se e grita... um grito de genuina revolta.... mas .... esqueceram-se do Chalana ?????
a colaboração de um povo .. !!!
...assim mesmo, à bruta e às claras, o povo dá-se na sua plenitude, nada pede em troca, nada mesmo, apenas que o recebam e abençoem ! E por mais que sejam as vicissitudes, com a vantagem de nem sonhar o que significa tal, acorda e prontifica-se sem mais senãos!!... e pedem-lhe que sejam gente e eles vão mais longe, tornam-se gente e da grauda e deixam crescer o bigode.. e esperam que ele crie, que inove.. e eles sem esforço saiem-se com a Quarteira e o Cacém... e pede-se-lhe que votem e eles lá estão, vão mais longe de novo e até pagam para, e votam e expulsam o marco da casa e não perdoam outras aberrações também, fala-se em reciclar e nem pingo de hesitação, recicle-se em barda ganância e estupidez ... e pedem-lhe beleza e harmonia e que disfrutem a natureza e ele dá-lhes mais ainda, marquisam em aluminio e exponenciam a vida com mais dois metros quadrados .. e pedem-lhe que pense nos outros e ele nem resmunga, pensa mesmo e pede facturinhas para os outros, os amigos de poderosa iniciativa que até Bm's compram... e pedem-lhe que pense, que pense um pouco, daquele pensar cerebral.. e ele.... fodidissimo, implacável e num altruismo sem par recusa... mas magnânime justifica.... se pensasse mandava-vos para a puta que vos pariu e tal transtorno não me seduz .... quem iria depois ser o eleito neste joguinho do rei manda ? ... E então antes de a loja fechar perguntam-lhe se pode ainda colaborar um pouquinho mais... vá lá.... sê um lusitaninho querido e ajuda a eleger o primus inter pares ....
- quê car... repete lá.. isso é comigo?....
- calma, calma, é só mais uma opiniãozinha ... então vamos lá a saber, quem é o presidente da junta de todos os tempos imemoriais que o zarolho poeta ajudou a imortalizar? quem é o melhor tuga... carago???
E numa lista de dez sobreviventes... o povo quer escolher, e desta jura que em consciência... e... abespinhado ergue-se e grita... um grito de genuina revolta.... mas .... esqueceram-se do Chalana ?????
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
velho abafo !
Frio de morte, chuva fraca e perdida, noite sem estrelas! Lembro a paisagem em que tudo acabou de novo, lembro o cheiro da derrota , o corpo esmagado, a mente afogada, mãos e pés sujos, palavras imperceptiveis num grito de desespero como quem busca uma mão, crente em fantasmas, fantasmas de gente viva de passos apressados, de autómatos em fila de espera.
Aquela noite era de fim, creio que ambos sabíamos, pela ultima vez a mim se encostaria, pela ultima vez do nada faria tudo para lhe amparar babas e ranhos, choros e imprecações, goles sorvidos em frieza de amante garrafa, aquela era despedida entre dois lixos acabados que em si tentavam descobrir significado nos olhares. Partira já o velho companheiro de esganas e pulguedo, fodido o destino na hora da ceifeira chamar, foi de fome e escanzelado, rápido me entendi no seguinte momento de idas, em sintonia me vi com o unico que de mim fizera seu com a paz com que se agarra parte da coisa com nome de vida. Não deu naquele Inverno para chegar aos plásticos balõezinhos de solidariedades merdosas vestidas de luzes e desejos de boas quadras, há muito o sabia eu, as tosses avermelhadas e tremuras continuadas anunciavam tempos de despedida.
Chegaram então os humanos, munidos de competências e distantes certezas, - ' Está morto, nada a fazer ', e lá foi, partiram e levaram , corpo meu a que me abraçava, onde sentido fazia ainda viver.
Em tempos esquecidos já, algo tinha sido também, forte e belo abafo, razão de espaventos e meneios, curta a vida fracas as memórias, gasto, roto e fora de modas ao lixo entregado acabara, até aquele mágico destroço me ter consigo levado e para sempre me fazer seu. Vi em tanta noite de chão chegadas e partidas de gente que ao seu caixote era lançada também, naquela fria noite desisti também e no entanto fiquei, ali abandonado como se nada fosse. Quieto como só velhos casacos sabem ficar, olhei no infinito mundo dos desprezos e soube que por ali passaria o próximo companheiro. Que como todos saberia chorar o caminho de pessoas que apenas o deixaram de ser ! Sem saber ...
Aquela noite era de fim, creio que ambos sabíamos, pela ultima vez a mim se encostaria, pela ultima vez do nada faria tudo para lhe amparar babas e ranhos, choros e imprecações, goles sorvidos em frieza de amante garrafa, aquela era despedida entre dois lixos acabados que em si tentavam descobrir significado nos olhares. Partira já o velho companheiro de esganas e pulguedo, fodido o destino na hora da ceifeira chamar, foi de fome e escanzelado, rápido me entendi no seguinte momento de idas, em sintonia me vi com o unico que de mim fizera seu com a paz com que se agarra parte da coisa com nome de vida. Não deu naquele Inverno para chegar aos plásticos balõezinhos de solidariedades merdosas vestidas de luzes e desejos de boas quadras, há muito o sabia eu, as tosses avermelhadas e tremuras continuadas anunciavam tempos de despedida.
Chegaram então os humanos, munidos de competências e distantes certezas, - ' Está morto, nada a fazer ', e lá foi, partiram e levaram , corpo meu a que me abraçava, onde sentido fazia ainda viver.
Em tempos esquecidos já, algo tinha sido também, forte e belo abafo, razão de espaventos e meneios, curta a vida fracas as memórias, gasto, roto e fora de modas ao lixo entregado acabara, até aquele mágico destroço me ter consigo levado e para sempre me fazer seu. Vi em tanta noite de chão chegadas e partidas de gente que ao seu caixote era lançada também, naquela fria noite desisti também e no entanto fiquei, ali abandonado como se nada fosse. Quieto como só velhos casacos sabem ficar, olhei no infinito mundo dos desprezos e soube que por ali passaria o próximo companheiro. Que como todos saberia chorar o caminho de pessoas que apenas o deixaram de ser ! Sem saber ...
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Clotilde !
Clotilde desce escorreita a ladeira, rotina diária que a separa da vila. Gaiteira e despreocupada acena de volta ao carro que lhe buzina, os olhos já não são o que eram, as pernas sim na força e formas de suscitar lascivias e há que esconder fraquezas oftalmológicas. Dentro do carro que vê mas não vê, acenam-lhe D. Manuela , aparentada de papagaio e cusqueira doméstica, Josélito o Quinteiro e seus convidados da cidade, Carlos Jorge e Manuel João, espantados com a ligeireza da anciã que do alto da sua morena figura os leva a imaginar idos de grandeza no coreto domingueiro. Clotilde fica para trás e no espelho retrovisor desaparece à medida que o grupo retoma a conversa de ocasião. Chegados ao destino, a casa de repasto pertença em sociedade do anfitrião da tarde, segue D. Manuela seu caminho, entram os restantes no acolhedor espaço onde Alina, doce emigrante de olhos que escondem desejos nascidos numa Roménia que para trás vai ficando, os recebe com a surpresa de quem não espera já alguém em hora que passava do fecho.
- Boas Alina, ainda se toma um cafézinho?
Um fugaz brilho no olhar traiu a surpresa da visão inesperada, da visita mensal daqueles amigos do patrão..
- Curtos e escaldados ?
- Normais, em tamanho e temperatura ! Os três, por favor.
Na mesa ao fundo acabavam a refeição o sócio executivo da coisa e familia, lá regressou Alina, retomou a tarde a calmaria do lugar ! De volta ao lugar de Pocariças, deixado em segurança e descanso o amigo destas saídas da rotina esmagadora dos dias da cidade, regressaram pelas vias rápidas Carlos e Manuel aos afazeres que sem piedade lhes esmagavam os ócios há tanto esquecidos. Numa cumplice gargalhada arrancada à lembrança momentânea da juventude perdida de Clotilde, sabiam estar a certeza do acerto na escolha para aquele inicio de tarde passar.
- Repete-se?
- Sem a mais pequena dúvida!
- Boas Alina, ainda se toma um cafézinho?
Um fugaz brilho no olhar traiu a surpresa da visão inesperada, da visita mensal daqueles amigos do patrão..
- Curtos e escaldados ?
- Normais, em tamanho e temperatura ! Os três, por favor.
Na mesa ao fundo acabavam a refeição o sócio executivo da coisa e familia, lá regressou Alina, retomou a tarde a calmaria do lugar ! De volta ao lugar de Pocariças, deixado em segurança e descanso o amigo destas saídas da rotina esmagadora dos dias da cidade, regressaram pelas vias rápidas Carlos e Manuel aos afazeres que sem piedade lhes esmagavam os ócios há tanto esquecidos. Numa cumplice gargalhada arrancada à lembrança momentânea da juventude perdida de Clotilde, sabiam estar a certeza do acerto na escolha para aquele inicio de tarde passar.
- Repete-se?
- Sem a mais pequena dúvida!
terça-feira, 27 de novembro de 2007
aprendendo a voar !
- Pai, brinca comigo, brincas ?
- Brinco meu filho, brincamos a quê ?
- Aos pássaros, leva-me a voar !
- Claro, voamos para onde ?
- Para o mundo das histórias que me contas !
- E voas a meu lado passarinho ? E sou passarinho também ?
- Não, voo nas tuas asas, nas tuas costas, és um pássaro grande, passarinho sou eu !
- Vamos então, olha que alto voamos, que grandes asas temos, que bonito o que vemos ...
- Mais rápido Pai, mais alto, mais longe, não tenhas medo estou agarrado !
- E que vês tu filhote, que vês tu aí atrás ?
- Pai, o mano voa sózinho?
- Sózinho por vezes, comigo noutras, é um passarinho já grande, voa já nos seus ventos ...
- E um dia serei como ele ? Voarei também só ?
- Só, com ele, comigo, voarás tu e em bando, a liberdade te ensinará !
- E com quem aprendeste tu ?
- Com um passarinho dourado com nome de abelha ...
- Ainda voas com ele ?
- Claro filho meu, se olhares para o lado, vê-la-ás, voa sempre comigo !
- É por isso que vejo o mano também Pai?
- É filho, creio que deve ser !
- Brinco meu filho, brincamos a quê ?
- Aos pássaros, leva-me a voar !
- Claro, voamos para onde ?
- Para o mundo das histórias que me contas !
- E voas a meu lado passarinho ? E sou passarinho também ?
- Não, voo nas tuas asas, nas tuas costas, és um pássaro grande, passarinho sou eu !
- Vamos então, olha que alto voamos, que grandes asas temos, que bonito o que vemos ...
- Mais rápido Pai, mais alto, mais longe, não tenhas medo estou agarrado !
- E que vês tu filhote, que vês tu aí atrás ?
- Pai, o mano voa sózinho?
- Sózinho por vezes, comigo noutras, é um passarinho já grande, voa já nos seus ventos ...
- E um dia serei como ele ? Voarei também só ?
- Só, com ele, comigo, voarás tu e em bando, a liberdade te ensinará !
- E com quem aprendeste tu ?
- Com um passarinho dourado com nome de abelha ...
- Ainda voas com ele ?
- Claro filho meu, se olhares para o lado, vê-la-ás, voa sempre comigo !
- É por isso que vejo o mano também Pai?
- É filho, creio que deve ser !
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
hoje não vem ....
Manhã cedo repetia o ritual, mesa posta de pão e vinho, as mãos fortes do pai que tanto o fascinavam e assustavam, tanto caminho lhe ensinavam. Bebido às pressas um copo de leite imaginado naquela mistura herdada de pobreza longinqua, compunha a velha roupa de sempre que mais que proteger do frio dele soubera fazer-se amiga e suscitar clemência.
- Vai para a escola, aprende os caminhos de gente ! E volta para ajudares a tua mãe, não te quero na floresta !
- Sim pai, volto logo !
Os dias repetiam-se numa desilusão continuada, nada aprendia na escola a não ser a lonjura de amigos, a incompreensão da professora que por certo nem o nome lhe sabia, o frio que se tornava mais frio naquelas paredes de prisão sem grades. Naquele dia decidiu dar a vez à proibida floresta, dela tomou direcção com um calor no coração que o não deixava enganar. Algo ali lhe pertencia para lá do arvoredo. Assim se aventurou Raul, franzino menino de oito anos, por caminho que de vida queria sua ...
De inicio tudo lhe parecia grande e assustador, árvores que tocavam o Céu, ruidos de bicharada que não aprendera em livro algum. Quis voltar atrás, antes a solidão das letras, mas como encontrar os passos que a medo desbravara ? Sentiu um tremor invadi-lo, abraçou-se em si como que buscando o calor do colo de mãe, soube então chegado o momento de encontrar o fim às velhas histórias do avô onde vivia a magia da imortalidade dos heróis.
- Estás perdida, criança ? Que fazes no bosque maldito ?
Olhou para a voz que lhe parecia vir de lado nenhum, um velho sumido e acabado saía da penumbra do emaranhado de troncos, ramos e verde em que se transformara a paisagem. A calma que o invadiu nunca soube explicar, mas o velho seguiu numa manhã e tarde de vida e histórias, de antigamente e de hoje também, onde soube aprender e ouvir o fascinante segredo de pessoas inventadas, vividas em comunhão de medos e quereres, de buscas em dentro de si mesmas. Nada reviu do quotidiano de fracas vontades que penosamente abraçava em mundo onde caíra e sempre ficara. E na magia daquele corpo definhado, no calor daquela voz rouca, de mãos ossudas e quentes, passeou num paraíso que apenas em contos de fadas conhecera. Chegada a noite , com estrelas e suas cores, encontrou-se de volta à clareira por onde havia iniciado tão estranho dia. Regressou a casa, acalmou as preocupações da mãe aflita, a ira do pai desobedecido, castigado não jantou e extenuado adormeceu sabendo-se encontrado.
- Perdi-me pai, apenas isso. Perdi-me !
Passados os dias de ajuizador castigo, saiu em nova manhã de rotina escolar. Percorreu meio trajeto, entrou em conhecido carreiro por entre selvagens bocados de natureza e viu-se de volta ao unico bocado de vida que até então lhe fizera sentir a alma. Não estranhou a quietude, não apreendeu inquietação alguma, não se espantou que da voz de um parado lobo lhe saissem as palavras...
- O velho não vem hoje, talvez não venha nunca mais !
- Eu sei, vim para tomar sua história, para seguir sua vida. Chamo-me Raul e aqui quero aprender os deuses que fazem dum velho o caminho de uma alma e vida !!
- Vai para a escola, aprende os caminhos de gente ! E volta para ajudares a tua mãe, não te quero na floresta !
- Sim pai, volto logo !
Os dias repetiam-se numa desilusão continuada, nada aprendia na escola a não ser a lonjura de amigos, a incompreensão da professora que por certo nem o nome lhe sabia, o frio que se tornava mais frio naquelas paredes de prisão sem grades. Naquele dia decidiu dar a vez à proibida floresta, dela tomou direcção com um calor no coração que o não deixava enganar. Algo ali lhe pertencia para lá do arvoredo. Assim se aventurou Raul, franzino menino de oito anos, por caminho que de vida queria sua ...
De inicio tudo lhe parecia grande e assustador, árvores que tocavam o Céu, ruidos de bicharada que não aprendera em livro algum. Quis voltar atrás, antes a solidão das letras, mas como encontrar os passos que a medo desbravara ? Sentiu um tremor invadi-lo, abraçou-se em si como que buscando o calor do colo de mãe, soube então chegado o momento de encontrar o fim às velhas histórias do avô onde vivia a magia da imortalidade dos heróis.
- Estás perdida, criança ? Que fazes no bosque maldito ?
Olhou para a voz que lhe parecia vir de lado nenhum, um velho sumido e acabado saía da penumbra do emaranhado de troncos, ramos e verde em que se transformara a paisagem. A calma que o invadiu nunca soube explicar, mas o velho seguiu numa manhã e tarde de vida e histórias, de antigamente e de hoje também, onde soube aprender e ouvir o fascinante segredo de pessoas inventadas, vividas em comunhão de medos e quereres, de buscas em dentro de si mesmas. Nada reviu do quotidiano de fracas vontades que penosamente abraçava em mundo onde caíra e sempre ficara. E na magia daquele corpo definhado, no calor daquela voz rouca, de mãos ossudas e quentes, passeou num paraíso que apenas em contos de fadas conhecera. Chegada a noite , com estrelas e suas cores, encontrou-se de volta à clareira por onde havia iniciado tão estranho dia. Regressou a casa, acalmou as preocupações da mãe aflita, a ira do pai desobedecido, castigado não jantou e extenuado adormeceu sabendo-se encontrado.
- Perdi-me pai, apenas isso. Perdi-me !
Passados os dias de ajuizador castigo, saiu em nova manhã de rotina escolar. Percorreu meio trajeto, entrou em conhecido carreiro por entre selvagens bocados de natureza e viu-se de volta ao unico bocado de vida que até então lhe fizera sentir a alma. Não estranhou a quietude, não apreendeu inquietação alguma, não se espantou que da voz de um parado lobo lhe saissem as palavras...
- O velho não vem hoje, talvez não venha nunca mais !
- Eu sei, vim para tomar sua história, para seguir sua vida. Chamo-me Raul e aqui quero aprender os deuses que fazem dum velho o caminho de uma alma e vida !!
domingo, 25 de novembro de 2007
post repescado da semana ...
e a 30 de junho escreveu-se neste canto :
recycling .....
Vietnam, Sarajevo, Mogadiscio, Kosovo, Baghdad, Kabul, Port-au-Prince, Darfur, Tehran, Pyongyang ...
Mankind ..... will you please stop recycling stupidity ???
recycling .....
Vietnam, Sarajevo, Mogadiscio, Kosovo, Baghdad, Kabul, Port-au-Prince, Darfur, Tehran, Pyongyang ...
Mankind ..... will you please stop recycling stupidity ???
sábado, 24 de novembro de 2007
dos dias que nascem !
E no dia que nasce
Vazio de coisas e tempo
Num desejo sem lugar
Apenas sombras de nada
Lugar de espaço algum
Querer ir e respirar
E de bocados imaginados
De alturas subidas
De frios aquecidos
Acreditadas as vidas
Perdidas aos poucos
Em dia que nasce
Vida assim te vi
Vida assim te quis
Vida sei que és
Algures num lugar
Olhando em mim
Em noite que dás
Escuro sitio com luz
Uma mão por ali mais
Começos sem fim
Num olhar parado
Que descobriu o caminho
Dos dias que nascem
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
around redjan ...
Redjan, es el término colectivo para los miembros de cuatro clanes semiautónomos que viven a lo largo de la costa y en las tierras altas del sur y el centro de Sumatra, una isla de Indonesia. Se consideran a sí mismos como los habitantes autóctonos de la región. Su lengua, el redjang, está estrechamente relacionada con el malayo, pero posee una escritura tradicional, para preservar la cual se han realizado esfuerzos recientemente. El cultivo del arroz es de particular importancia para los redjang y cada familia mantiene un pequeño campo de arroz próximo a su hogar, sin perjuicio de su ocupación económica principal. La conversión en masa al islamismo en la mitad del siglo XIX ha erradicado virtualmente los remanentes de su religión indígena.
... ou as coisas que se descobrem por vezes !
Sou então um habitante autóctono duma região, neste caso a minha ... falo redjang, o que me agrada saber seja lá o que isso fôr, bom saber que pelo menos qualquer coisa me sai .. Cultivo arroz, coisa importante para mim e minha familia e dele mantenho um campo em lugar próximo , realidade que com uma ou outra nuance aceito como minha de facto... e sem prejuizo da minha actividade principal, ora lá está, confirma-se, para além do ' rice moment ' outros tenho em que parto em busca do sustento da prole. Quanto à erradicação da minha religião indigena, tirando o motivo que tal teria originado ... aí não sei se bateu em cheio, se foi à trave !!
Aqui fica então um pouco à volta do escrevinhador !!
... ou as coisas que se descobrem por vezes !
Sou então um habitante autóctono duma região, neste caso a minha ... falo redjang, o que me agrada saber seja lá o que isso fôr, bom saber que pelo menos qualquer coisa me sai .. Cultivo arroz, coisa importante para mim e minha familia e dele mantenho um campo em lugar próximo , realidade que com uma ou outra nuance aceito como minha de facto... e sem prejuizo da minha actividade principal, ora lá está, confirma-se, para além do ' rice moment ' outros tenho em que parto em busca do sustento da prole. Quanto à erradicação da minha religião indigena, tirando o motivo que tal teria originado ... aí não sei se bateu em cheio, se foi à trave !!
Aqui fica então um pouco à volta do escrevinhador !!
terça-feira, 20 de novembro de 2007
a oeste ... nada de novo mesmo !!
... ou uma fotografia em que ninguém ficou bem ??
Olho para a capa da ' Sábado ' desta semana, 15/21 nov, e pelo titulo em destaque cheira-me de imediato a tuguice da boa. Entro revista adentro, folheio e absorvo o artigo à capa chamado e pergunto-me como é que tanta gente consegue ficar desfocada na mesma pelicula. ' As ciladas secretas da PJ ' assim reza o apelo à leitura por parte de um povo que, bem sabemos, se pela por um enredo destes que supera de longe e aos pontos qualquer acidente com luzinhas do INEM ! E compra-se então 2,75 euros de jornalismo bravoduckista feito à medida de inanimados cidadãos. Lida a peça, a principal, lidas uma ou outra mais que tentem em desespero convencer-nos a gastar mais no mesmo ... espremida a questão, apetece apenas perguntar o que faziam por ali :
1º O JORNALISTA. Apresenta como trabalho de investigação, como peça das boas, um artigo que mais não revela que o relato de meia dúzia de deixas certamente caidas no seu colo através de fonte amiga lá da Policia. Isto dando por certo que não estaria nem no local nem nas imediações das situações em que descreve as ciladas armadas pela PJ à canalha banditesca. Fica assombrado com a esperteza da coisa, assombra-se consigo próprio também e arranja maneira de fazer a capa. Anda fraco o ânimo, a capacidade de investigar, curto o orçamento ou .... já vale tudo mesmo?
2º A POLICIA. Admitindo que tudo o que vem relatado coincide no todo ou em parte com a realidade, apetece perguntar porque raio é que o passador de dicas, a tal de fonte, resolve num golpe revelador de arrojo e inteligência, trazer a lume, melhor, a céu aberto, as manigâncias com que conseguiram apanhar, tornear, ultrapassar, caçar os bandidos em falso. Não passaria na cabeça do rapaz ou rapazes que não sendo a banditesca gente agora apanhada os ultimos elementos da espécie, estariam a avisar os próximos de como não deixar comer as papas em cabeças suas ? Ou pensariam as insignes tolas que a arraia não iria a duzentos à hora comprar a revistinha que à colação e em encarnado trazia o brinde publicitado ?
3º OS BANDIDOS. Ou melhor, presumiveis bandidos, pois que embora sabido seja que deram, fizeram, puseram, aconteceram, racharam e deram cabo, até transitar em julgado levam com o ' presumiveis ' antes, na senda de qualquer outro cidadão que tendo passado por estabelecimento de ensino em forma de 'campus' leva com o Dr. e/ou Sr. Engº no cartão de crédito. Não tendo certamente colaborado com, nem corroborado partes da brilhante peça jornalistica, o minimo que se lhes exige será o de na próxima vez que a algum lhe toque um interrogatório ou investigação pela proa, não caia na canção do bandido, perdão da policia, e se espalhe ao comprido depois de ver a solução do problema escarrapachada em publicas bancas, quase se como de um exame do secundário se tratasse ! Escutas, bluff's e teatrices de inspector, material a sair no teste !
NÓS: Nós, de cidadãos, pessoas que por aqui andamos, nós os Tugas, os gajos porreiros e solidários desde que não nos cause transtorno e o possamos declarar no IRS bem se vê. Que fazemos nós no meio de tudo isto ? Uns ... comprarão certamente a revista mais vezes, quem sabe se na próxima virão escarrapachadas ciladas ' updated ' aos irmãos Dalton e sus muchachos! Outros dirão que até deu para passar o tempo de espera no dentista enquanto passeavam os dedinhos em tão pusilânime artigo, pelo que .. deixa lá estar! Terceiros argumentarão que .... ' eh pá, mas é assim mesmo, queres o quê ? Entre isso e o regabofe das televisões ... vai lá vai !'.
Tremida pois a foto de fio a pavio .... mas recear o quê? Para a semana há mais garantido. Entretanto podemos ir vendo bocadinhos de televisão nos intervalos dos anuncios.
PS: Na mesma revista leio uma pequena peça sobre e à volta de VPV. Depois de na escola me terem ensinado que água e azeite não se misturam, realizo agora que a pessoazita com alguma cultura e à soma da mais pura idiotice com arrogância não acontece o mesmo! Principalmente se tal mistura se der num pequeno ser que se masturba intelectualmente falando para outros e tão pequenos seres. Que compram e gostam muito destas revistas com fantásticas capas de coisa alguma e vêem tantos anuncios na TV... porque ... porque .... porque sim !
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
cores .....
Vendidas sem medo
Em feira de azares
As fomes e ódios
As mortes sem nome
E sem dia ou lugares
Árvores de fruto azedo
E na simples podridão
Repastos divinos
Despojos de guerra
De quem esmaga uma mão
Inventou a cobiça
Seu paraiso na terra
E de principios e fins
De risos selvagens
Em vastos confins
E tristes miragens
Dividiram-se horrores
E os homens por cores
Em feira de azares
As fomes e ódios
As mortes sem nome
E sem dia ou lugares
Árvores de fruto azedo
E na simples podridão
Repastos divinos
Despojos de guerra
De quem esmaga uma mão
Inventou a cobiça
Seu paraiso na terra
E de principios e fins
De risos selvagens
Em vastos confins
E tristes miragens
Dividiram-se horrores
E os homens por cores
domingo, 18 de novembro de 2007
ensina-me ....
Palavras e palavras ditas
Tantas e nunca ouvidas
Por gente, gente apenas
Ou por gente nem isso
Medos escritos
Em rascunhos de papel
Morres-me há uma vida
Olhas-me sem me ver
Que não existo, cuidas bem
E sonhas-me em deuses teus
És fraco e o mais forte
Pesadelo de vida perdida
Por ti
Por mim e nós
Quanto te quis
Entender e amar
Aprendesse eu a chorar
Lágrimas de sal e vida
Perdoem-nos abandonados
Levem-nos em viagem vossa
Não esqueçam, perdão vos peço
Por em vós não ter lido
O caminho um dia pisado
Por almas de tantas cores
E olho-te
Lastimo e imito
Os olhos em teu olhar
O que dizes sem falar
Dá-me teus deuses
Ensina-me a respirar
post repescado da semana ...
e a 4 de maio escreveu-se neste canto :
gotas ...
como uma chuva, com tantas gotas
de suor, de sangue, de dor
de lágrimas que não chorei
como se o medo se vestisse
como amanhã não houvesse
fujo para ti, fujo de ti
agarra-me vida, mostra-me por favor
não imagino por onde ir
para onde fugir
posso apenas querer ficar
como se soubesse acreditar
que afinal serás minha
no universo que tenho
numa gota de gente e amor
gotas ...
como uma chuva, com tantas gotas
de suor, de sangue, de dor
de lágrimas que não chorei
como se o medo se vestisse
como amanhã não houvesse
fujo para ti, fujo de ti
agarra-me vida, mostra-me por favor
não imagino por onde ir
para onde fugir
posso apenas querer ficar
como se soubesse acreditar
que afinal serás minha
no universo que tenho
numa gota de gente e amor
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
vou ali ... já venho , com awards pelo meio !!
... ossos do oficio !
E entretanto recebo e passo de novo uma pequena distinção que afirma, segundo quem ma entregou, que este blogue não é ... mauzinho de todo !
Wow... that's a start ... e obriga-me tal distinção a :
- indicar quem me atribui o epiteto:
cati from meu pequenomundo louco.
- atribuir o prémio a sete blogs que considere que até nem são maus ...
- fazer referência ao criador deste prémio - skynet, do blog Nós Por Cá
... e assim, aproveitando antes que me vá e volte, cá estão os que aponto a dedo e entretanto não nomeados por outros lados:
colheita1963 - as partes do todo - vidas simples pensamentos elevados - B612 - I blog your pardon - meia laranja & just a lazy cat ...
take this humble statement from red !!!
E entretanto recebo e passo de novo uma pequena distinção que afirma, segundo quem ma entregou, que este blogue não é ... mauzinho de todo !
Wow... that's a start ... e obriga-me tal distinção a :
- indicar quem me atribui o epiteto:
cati from meu pequenomundo louco.
- atribuir o prémio a sete blogs que considere que até nem são maus ...
- fazer referência ao criador deste prémio - skynet, do blog Nós Por Cá
... e assim, aproveitando antes que me vá e volte, cá estão os que aponto a dedo e entretanto não nomeados por outros lados:
colheita1963 - as partes do todo - vidas simples pensamentos elevados - B612 - I blog your pardon - meia laranja & just a lazy cat ...
take this humble statement from red !!!
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
show must go on ...
vem daqui ...
Chapter Four
Para Joana foi como se que automático segui-lo até ao outro lado da rua, subir dois lances de escadas em crescendo de falta de ar, esperar que aquela chave finalmente abrisse a velha porta onde tantas vezes se despedira dele e ....
- Finalmente querido futuro genro. Esperei a tarde toda para que nos pudéssemos despedir deste dia como sempre desejámos - exclamou Júlia, mãe da futura que no cabeleireiro se ultimava para a inenarrável cerimónia que concebera para a boda!
- Entra Joana, quero que conheças a Júlia.
Joana sentia ainda o quente das mãos de João a ocupar-lhe a mente e invadir-lhe outras partes mais, baixas por sinal. Num rompante que nunca viria a explicar nem a entender, agarrou em Júlia, encostou-a à parede, beijou-a de alto a baixo com a languidez reprimida e confessou:
- Para moça dos seus setenta e muitos ainda viravas uns frangos !
João entendia agora quão ténue eram as linhas do amor. Assistiu consternado áqueles dois corpos que às pressas se engalfinhavam, ligou para o café em frente e encomendou mais meia de leite. A manhã estava a arrasá-lo e ele tinha ainda de ir à Amadora assistir ao treino do Estrela. Saiu de fininho, deixou a porta aberta e roubou o tapete do vizinho da frente. Também isso nunca conseguiria explicar pela vida fora!
No cabeleireiro, Joana Júlia de João, a noiva, trocava com com a manicure falas e carícias várias.
- Não me vais largar só porque vou casar pois não querido ?
- Achas JJJ ? ... depois de até a uma cirurgia de redesignação sexual me ter submetido para disfarçar a coisa ? Nunca te abandonarei querida e nunca voltarei a deixar crescer o buço !!
Nesse momento, João, o infiel e manso corno, afogava-se já na terceira meia de leite seguida, a única terceira que conhecera na vida! Foi quando um estrondo de cacos lhe chamou a atenção...
- Tu aqui Cornélio ? Não houve treino ??
continua aqui
Chapter Four
Para Joana foi como se que automático segui-lo até ao outro lado da rua, subir dois lances de escadas em crescendo de falta de ar, esperar que aquela chave finalmente abrisse a velha porta onde tantas vezes se despedira dele e ....
- Finalmente querido futuro genro. Esperei a tarde toda para que nos pudéssemos despedir deste dia como sempre desejámos - exclamou Júlia, mãe da futura que no cabeleireiro se ultimava para a inenarrável cerimónia que concebera para a boda!
- Entra Joana, quero que conheças a Júlia.
Joana sentia ainda o quente das mãos de João a ocupar-lhe a mente e invadir-lhe outras partes mais, baixas por sinal. Num rompante que nunca viria a explicar nem a entender, agarrou em Júlia, encostou-a à parede, beijou-a de alto a baixo com a languidez reprimida e confessou:
- Para moça dos seus setenta e muitos ainda viravas uns frangos !
João entendia agora quão ténue eram as linhas do amor. Assistiu consternado áqueles dois corpos que às pressas se engalfinhavam, ligou para o café em frente e encomendou mais meia de leite. A manhã estava a arrasá-lo e ele tinha ainda de ir à Amadora assistir ao treino do Estrela. Saiu de fininho, deixou a porta aberta e roubou o tapete do vizinho da frente. Também isso nunca conseguiria explicar pela vida fora!
No cabeleireiro, Joana Júlia de João, a noiva, trocava com com a manicure falas e carícias várias.
- Não me vais largar só porque vou casar pois não querido ?
- Achas JJJ ? ... depois de até a uma cirurgia de redesignação sexual me ter submetido para disfarçar a coisa ? Nunca te abandonarei querida e nunca voltarei a deixar crescer o buço !!
Nesse momento, João, o infiel e manso corno, afogava-se já na terceira meia de leite seguida, a única terceira que conhecera na vida! Foi quando um estrondo de cacos lhe chamou a atenção...
- Tu aqui Cornélio ? Não houve treino ??
continua aqui
a + b = c
Carissimos Senhores
Patrão, Médico com consulta agendada, Notável Notário com escritura marcada, Amigo a rever em almoço, Clube do coração, Namorada em perspectiva de passeio, Filho à porta de escola, Empregado de habitual esplanada com Sol e Mar:
A todos vós me dirijo de baraço ao pescoço, na boa senda e exemplo da atitude Egas Moniziniana, qual mortal que não culpas tendo, as assume e suas torna. Pela enésima vez, enésima e mais qualquer coisita vá lá, deu-se o caso de ao nosso compromisso ter chegado com alguns minutos de atraso, largos bem sei, largos a ponto de horas lhes podermos até chamar. Creiam que me embaraça a situação, daí o adorno com que me vos apresento. E no entanto, que como os ' mas ' estão sempre à mão, creio ter encontrado por fim um porquê, um talvez, um ' se calhar é isso ', que por um lado dê alguma lógica, alguma razoabilidade aos atrasos que mais que o escovar de dentes fazem parte inevitável do meu dia a dia. Não que não saia de casa com uma almofada, de tempo bem se vê, que possa acautelar os garantidos imprevistos, passe o paradoxo, com que a estatistica me metralha e esmaga a paciência quando, sentado e parado ao volante folheio ' A Bola ' e tento encontrar a transcendente causa de me encontrar no mesmo pedaço ou troço de via, com centenas de outros desprevenidos companheiros em catatónico trânsito.
Mas, passemos ao que me trouxe, à resposta que penso ter encontrado nos recantos do inimaginável campo onde as turbas em rebanho se passeiam, onde à voz transparente e subrepticia do irmão velho obedecem num submisso baixar de cabeça, guardando a gritaria para outros futebóis.
Tudo tem a ver amigos, companheiros de ocasião ou parceiros de pontual momento, com o descalabro, a aventura irracional, o desespero de um momento que acreditamos poder ter, ao ligar a televisão e em retorno receber algo que ultrapasse o espelho diário da mediocridade aos pacotes de tanta novela, tanto concurso, tanto marreco, coxo ou homem elefante da era moderna exibido em shows de histéricos e de juntar água apresentadores . Tudo passa por acreditar que ao peneirar o esgoto da programação, consigo encontrar o tal momento com que me decidira recompensar. Ora, no orgulhoso antes quebrar que torcer, lá esmiuço a coisa madrugada dentro, e quando encontrada a rara peça, com ela me deleito. Aqui é que a porca torce o rabo, naquele momento é que são elas .... Levo com quinze minutinhos de enredo e cai-
-me qual martelo pilão uma catrefada de anormais anuncios, que para além de meterem nojo pela falta de oportunidade dariam para, seguindo a sua prosápia aconselhadora, me abastecer de josta e bosta que duas arrecadações e uma 'box' fechada atafulhariam. E são sempre os mesmos, e é sempre a mesma pôrra de inutilidades exibidas que me dão cabo do serão duramente vasculhado. Estúpido e ingénuo como só os crentes seguidistas conseguem ser, avanço até ao segundo intervalo, na vã esperança de que o mundo tem salvação. Puro e cruel engano, lá vem a seita dos oportunistas em bicos de pés, na sua senda de impingir desde sabão azul e branco da era moderna, passando por créditos e dinheiro tão fácil que até o mundo das putas se desmoronou!! Reparem porém que nada me move contra o facto de que voz amiga me segrede estudos comprovadamente cientificos que aconselham à utilização de mágico tira nódoas. É mesmo e apenas uma questão de errado posicionamento horário. O mesmo que me leva a não iniciar ' rapapés' de cariz convidativo quando me deparo com a cara metade a enfiar a roupa na máquina. Além de que a ajavardada quantidade de certeiras medidas pode levar a que ao meu filho acabe por oferecer uma lixivia de estalo por alturas da visita do velho Pai Barbudo, tal se tornou caótica a minha capacidade de captação!!
E é então que se dá a coisa minha gente .... fodido, mal pago, com um sono de morte ferido por mais uma noite de conversa fiada, procuro consolo num sono que em si começa destroçado e apenas pela manhã atinge parte do espaço zen. A partir daí irmãos ( permitam-me a intimidade fruto deste partilhado destino ) , a partir daí dizia, é sempre a somar, é o despertar tardio, as pressas inimigas do bem feito, a condução com paciência zero, as buzinadelas e dedos espetados, a leitura de jornais, a conspiração das desatenções e .... VOILÀ ... o inevitável toque entre carros, a mágica imagem da desgraça alheia, o masturbar secreto e intelectual perante um igual que naquele momento consegue estar mais em baixo que nós....
É sempre o mesmo pois, o rebanho que não se revolta e que não toma nota UM A UM dos nocturnos enervadores mor, e não se vinga riscando-os da lista mensal, gastando na concorrência que por lá não nos toma as partes traseiras à má fila !!!!!
Acreditem amigos, é apenas por isto que por mais que tente chegar a horas, seja onde for, seja porque for, apenas o consigo por vezes quando saio de casa com 24 horas de antecedência, isso mesmo, vinte e quatro, e vivo assim a vida com um dia de avanço. Por isso passei a aproveitar os deprimentes anuncios como se assistisse de bancada a condenados sorridentes a caminho do cadafalso. E cada tiro, cada melro. Se vissem a minha lista de compras perceberiam que passei a deitar-me mais cedo. E ainda assim aos compromissos aparecer a tempo, um dia antes talvez !!
A comunhão do momento depressivo e soltador de impropérios em direcção a plateia alguma faço-o na Marginal e na 2ª Circular, amantes forçadas da minha vida! No vosso caso, outro pedaço vos reservará a intimidade e comunhão. Mas repararão que a origem é-nos comum. Nas madrugadas televisivas de menininhos obedientes !! Ou não !!
Certo pois que compreenderão alguns dos atrasos que vos terá levado a pensar que de desleixo se tratava, aproveito para vos desejar um Santo Natal, provando assim que previdente e atempado me soube tornar ....
Deste vosso que tanto vos estima,
Red
terça-feira, 13 de novembro de 2007
uma imagem ... dois dias .. onze bloggers
Tropeçara na imagem em momento que não sabia encontrar. Abriu os olhos e decidiu ali mesmo que saberia entender o porquê das chuvas de cores e palavras que do nada lhe caiam ao colo. Olhou então para dentro de um sonho que não sabia se acordado, se esquecido, se apenas por viver ! E navegou na penumbra de pensamentos que desejou elevados, como se de um velho lobo lhe surgissem, como se se completasse nas pequenas partes de um todo. Pequeno mundo louco, onde se via e queria e sentia absorver uma metade inteira de um laranja vivo que os olhos lhe aquecia, como se um perdão se lhe pedisse nas asas de uma boneca saida de uma caixinha de botões, de um preguiçoso gato que em telhados vivia a saltar. Voava perdido, agarrado no vento de magia que as palavras nunca faladas lhe sopravam, amava aquele bocado de nada ser, de tudo viver, dentro de um corpo que nada mais que liberdade lhe exigia, que nada mais que o infinito perseguia, que no meio de uma multidão pudesse esvair seu cheiro, seu toque, sua cor de pele transparente. E viu olhos e estrelas e máscaras de corações, punhais de cores gigantes, de cores quentes que vida tinham, quis parar e não parou, quis sonhar e acordou, largou as regras e gritou ao mundo, áquele mundo de gentes que ali não estavam, que descobrira o seu caminho, que de todos era também ... o doce caminho da puta da liberdade que nunca sonhara sonhar! Abençoou a imagem e compôs umas palavras. De vida apenas !!!
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
com uma vénia ....
... a um louco, livre e louco, tiro o chapéu, corro descalço para lhe agarrar as palavras, para que me ensine o segredo de voar num momento assim !
domingo, 11 de novembro de 2007
dispersão
De miudo partira, de sitios mudara, de quereres se aprendera a fazer! Olhava-se agora, parado em seu lugar de velho só, agarrado às falas e momentos idos, a abraços e cheiros que um dia soubera guardar! Raio de memória que com ele brincava, em que gaveta esconderia bocados rasgados, colados, vividos numa vida que arrastava há tanto tempo perdido? Manhã cedo repetia vontades, se prometia caminhos, num pulo saltava e voava na busca chorada da pessoa que lhe calhara ser, amigos jurara prender, lágrimas soubera em segredo derramar. Em livros aprendera, em letras se quedara, a nomes teimava apegar-se, de coisas, de gentes, de lugares, de inacabados sonhos, de dias que guardava como se dele tivessem sido! De novo a noite caía, de novo se enroscava num conto de crianças, se aquecia num corpo agora engelhado. E no coração da noite que em si e a si rezava, pedia apenas um fim. O fim ... ! De vida vivida que se acabava sem sentido abraço. Numa amálgama de caminhos descruzados, num horror de vã dispersão !
e eras simples flor ...
Parada estavas
Quieta me chamaste
E me disseste
E me ensinaste
Doce o caminho da vida
Escuro o canto que esconde
E em tua cor vi
A força dos abandonos
Onde morrem sem abrigo
Onde secam pobres putas
Marés de gordas ganancias
De almas que foram gente
E em teu corpo aprendi
A embalar a corrente
E a entender a solidão
De medos que forte esmagam
Sonhos de dias quentes
Desenhos de mão de criança
Olhei-te pois por ali
E teu abraço guardei
Tua imagem minha fiz
E eras simples flor
Com força bruta de ser
Que a vida não deixa morrer
Parei
Olhei
Vivi e morri
Sonhei
Pensei
Este momento para ti
post repescado da semana
e a 2 de abril escreveu-se neste canto :
santa areia da praia ...
... onde tudo se passa ! Dormito descansado, com a cabeça à sombra tentando resolver de vez o mistério que leva as pessoas a meterem-se no carro, enfrentarem a condução da colegada veraneante, tentar arranjar lugar para parar, nunca a menos de quilómetro e meio e sempre com a ajuda do mitra que quando é necessário é como o Pato Donald, ninguém sabe dele...dormito dizia eu, quando em excitação me acorda o meu passarinho com o brinquedo novo que arranjou pela areia, não balde nem pá, mas um engenhoso cordelzinho com uma carica agarrada, tipo mini venda de um Luis de Camões, a fazer conjunto com um trapito semelhante a uma mirrada fita de desejos baianos... Brinca filhote... deve ser divertido...
- Importa-se ?
Levanto os olhos e deparo com um aviãozão, morena e em pelo, nem sei por onde começar a olhar, dou uma primeira vista geral rapidinha e começo a babar....
- Importo-me ? Se isto não é um sonho... importo-me com quê? Que pegue em mim e me leve para o estacionamento e me castigue sem perdão? Que a agarre e fuja consigo assim para o parque do LIDL e por lá passemos o resto do dia em jogos de banco de trás? Seja o que fôr.... acho que não me importo nadica mesmo... o que vai ser então?
- Acalme-se homem, porquinho infestante de praias, babador de mama alheia... pergunto se se importa de pedir ao seu filhote que me devolva o biquini.... fugiu-me com ele o maroto quando me oferecia em pleno ao sol...
- Vês filho ? Como te dizia era bom.... mas brincas mais tarde deixa lá.... uns anitos mais tarde !
santa areia da praia ...
... onde tudo se passa ! Dormito descansado, com a cabeça à sombra tentando resolver de vez o mistério que leva as pessoas a meterem-se no carro, enfrentarem a condução da colegada veraneante, tentar arranjar lugar para parar, nunca a menos de quilómetro e meio e sempre com a ajuda do mitra que quando é necessário é como o Pato Donald, ninguém sabe dele...dormito dizia eu, quando em excitação me acorda o meu passarinho com o brinquedo novo que arranjou pela areia, não balde nem pá, mas um engenhoso cordelzinho com uma carica agarrada, tipo mini venda de um Luis de Camões, a fazer conjunto com um trapito semelhante a uma mirrada fita de desejos baianos... Brinca filhote... deve ser divertido...
- Importa-se ?
Levanto os olhos e deparo com um aviãozão, morena e em pelo, nem sei por onde começar a olhar, dou uma primeira vista geral rapidinha e começo a babar....
- Importo-me ? Se isto não é um sonho... importo-me com quê? Que pegue em mim e me leve para o estacionamento e me castigue sem perdão? Que a agarre e fuja consigo assim para o parque do LIDL e por lá passemos o resto do dia em jogos de banco de trás? Seja o que fôr.... acho que não me importo nadica mesmo... o que vai ser então?
- Acalme-se homem, porquinho infestante de praias, babador de mama alheia... pergunto se se importa de pedir ao seu filhote que me devolva o biquini.... fugiu-me com ele o maroto quando me oferecia em pleno ao sol...
- Vês filho ? Como te dizia era bom.... mas brincas mais tarde deixa lá.... uns anitos mais tarde !
sábado, 10 de novembro de 2007
foi engano !!
Estupido e quieto
Mudo e sem graça
Tanta tecla, tanta inacção
Olhei e olhei e olhei
E não tocaste
Nem disseste
Nem te mexeste
Vou atirar-te da janela
Voas pela varanda, inutil
Para nada mesmo serves
Inutil e imbecil telefone
Chegou-te o fim
RING... RING
Opssssss, querido amigo
Volta do voo forçado
Traz-me as novas
E o amado e sua voz
Por favor regressa amigo
Isso, que bom passarinho
Alô ? Quem fala ?
Sr. Quê? Parece parvo !
Vai-te infeliz aparelho
Agora te mato de vez
Mudo e sem graça
Tanta tecla, tanta inacção
Olhei e olhei e olhei
E não tocaste
Nem disseste
Nem te mexeste
Vou atirar-te da janela
Voas pela varanda, inutil
Para nada mesmo serves
Inutil e imbecil telefone
Chegou-te o fim
RING... RING
Opssssss, querido amigo
Volta do voo forçado
Traz-me as novas
E o amado e sua voz
Por favor regressa amigo
Isso, que bom passarinho
Alô ? Quem fala ?
Sr. Quê? Parece parvo !
Vai-te infeliz aparelho
Agora te mato de vez
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
cinco greguerías & have a nice day !!
Tiradas de lado nenhum, criadas para um desafio do ' iblogyourpardon ', aqui vão as primeiras cinco greguerías da minha vida :
Um lustro aos cinco anos comemora-se em si !
Num grosso nevoeiro se perde uma chuva miudinha !
Mãe é Mãe. Mãe nunca é Pai !
E na estrada da Beira, há beira da estrada também !
Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa !!
E o que terão gregueríaziado bloggers como The Wolf , Danielle , Lazy Cat & CL ??
Um lustro aos cinco anos comemora-se em si !
Num grosso nevoeiro se perde uma chuva miudinha !
Mãe é Mãe. Mãe nunca é Pai !
E na estrada da Beira, há beira da estrada também !
Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa !!
E o que terão gregueríaziado bloggers como The Wolf , Danielle , Lazy Cat & CL ??
terça-feira, 6 de novembro de 2007
e dois foram ....
... os dias: 16 de Novembro de 1994 e 9 de Junho de 2003 !
De entre os 16436 já passados, naqueles a Vida entrou-me! Pela Vida! A minha !!
De entre os 16436 já passados, naqueles a Vida entrou-me! Pela Vida! A minha !!
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
limitações concebiveis
Sentado, fazia dias sem conta, pouca era a esperança de encontar gémea alma! Sonhos de grandeza em dias de outrora, festas de luzes mil, palacetes ajardinados, terras de vida sem margens, vãs as caricias trocadas entre bocejos de solidão e luxuria !! Saltara de conde para duque, de marquês para visconde, dançara com rainhas, com reis se amantizara, cheirara os perfumes proibidos de um caminho herdado num mundo de grandes vazios. Cobrava-lhe a vida agora o terreno preço a pagar na viagem celestial, viera o senhor cura, tantas vezes cuspido e gozado em orgias de mentes alucinadas, em pó sopradas, em liquidos escorridas.
- Curai-me então Senhor Cura, qual o milagre que a Deus rogarei?
- Arrependeste-vos? Quereis então o Divino perdão ? A tudo esqueces e para o Céu queres partir ?
- Céu falaste Cura ? E parto desta orgia de vida de ilimitados prazeres ?
- Se assim o quiserdes fraco espirito..
-Dizei-me apenas .... é verdade que por lá, é sitio de limitações concebiveis ?? Fico então, morro de fraqueza de espirito !!
- Curai-me então Senhor Cura, qual o milagre que a Deus rogarei?
- Arrependeste-vos? Quereis então o Divino perdão ? A tudo esqueces e para o Céu queres partir ?
- Céu falaste Cura ? E parto desta orgia de vida de ilimitados prazeres ?
- Se assim o quiserdes fraco espirito..
-Dizei-me apenas .... é verdade que por lá, é sitio de limitações concebiveis ?? Fico então, morro de fraqueza de espirito !!
... que triste não estou !!!
Bipbip... Bipbip ... e não chega ao terceiro, já o desliguei e me sentei na cama, estore elétrico a dar passagem à entrada da luz, pouca ou muita mas coisa nova naquele momento do quarto, dentes a lavar, cara feliz no espelho, meio litro de leite a aquecer, passagem no quarto da criançada ... ' levantar meninos ... escola à espera ' ... pequeno almoço a três, torradas, papas e copo de água, pasme-se, farda de um, roupa balda de outro, carrinha da escola, carro do pai, marginal com passagem em posto da BP para as eternas bica e bola, essa mesmo, ' A Bola ', cigarro escondido e às pressas, paisagem de mar e sonho, miudos na escola, vida à espera, mais café talvez, vida à espera, dia bom para viver, amigos que ligam, amigos que falam, dia a dia desembrulhado, e isto e aquilo para sentir entrar, projetos mil a dar vazão, almoço de mar em frente, de rio ao lado, combinado nº 8 com prato em cima do jornal, e os miudos que voltam, com tpc's e banhos a pedir paterna supervisão, bonecada e msn's pedinchadas com olhos de cãozinho triste, leituras a meio da tarde em varandas com restos de sol, e mais quem liga e fala, trocas de vida e saberes, vozes que entram e ocupam seus lugares, ideias que começam e acabam, dão espaço e mote a momentos de abraços ao longe, jantar na mesa, gelado à espera, dentes lavados e pijamas postos, mais cinco minutos pai, posso adormecer na tua cama ? ... e conversas de gente e vida com filho teenager do meu coração, e a história papá, não te esqueças, a luz da casa de banho acesa e a porta aberta, mãe que liga e saudades mata, pai que nunca esquece o nome inventado de há quarenta anos atrás, e o sossego do guerreiro, tempo de ler e blogar, de zapping's repetidos na desesperança de encontrar o tesouro que prenda um serão, o sono bom que invade o corpo, repetição do movimento de escovas dentifricas, a entrada na cama, o balanço do dia em que me senti parte da coisa, das coisas, de mim e de outros corredores destes dias em que fazemos da vida aquilo que sabemos e sentimos que merece os nossos bocados! Na mente passa-me o passado, senta-se o dia que corre, imagina-se o amanhã, onde estarei, onde espero estar, onde quero pertencer e fazer parte de muitos bocados imaginados noutras cabeças que descansam também .....
Li, respirei, vivi, fumei ( opsssss!! ), cafézei, entrei, saí, pus e tirei. Bloguei um pouco também ... daquelas palavras que se enrodilham em coisas vividas, não vividas, felizes , tristes ou magoadas em mundos que um dia aprendi a ver! De longe. De perto. De muitos minutos de mim ! Blogo assim .... não cuidem que triste estou !!!
Li, respirei, vivi, fumei ( opsssss!! ), cafézei, entrei, saí, pus e tirei. Bloguei um pouco também ... daquelas palavras que se enrodilham em coisas vividas, não vividas, felizes , tristes ou magoadas em mundos que um dia aprendi a ver! De longe. De perto. De muitos minutos de mim ! Blogo assim .... não cuidem que triste estou !!!
por certo te inventei ..
Dias tantos, noites mil
Traços de vida sem fim
Palavras assim escrevemos
De caminhos sem medo
E em desaparecido momento
O tempo soube parar
Tenho-te o tacto e o sabor
Cheiro de lições aprendidas
Amar sem cuidar o perigo
Soube-te e ainda te sei
Em ti me aprendi amigo
E por certo te inventei
Num abraço
No olhar
No lugar teu
Nos dias meus
Que quis teus
Em nosso espaço
domingo, 4 de novembro de 2007
estranha viagem ...
Ouvira o estrondo e sentira vazio o lugar .... de passados sonhados, presentes vividos , futuros desaparecidos em terras de vagos sopros. Quis olhar a janela , descobrir a ténue silhueta que no fundo de caminho nenhum seguia na costumada desistência daquela jornada de mistério nascida!
Vencido pelo cansaço de memórias sem rosto, deixou-se afundar em seu lugar , entregou-se ao velho colo que desde sempre o acolhera, adormeceu num secreto canto, enxugou-se de pensamentos e partiu para lado algum. Perguntou-se se estranharia naquele chegado final de viagem que vazios os lugares estivessem. Olhou para o seu e guardou o espanto. Ninguém também, como há muito se tentara acreditar! Levantou-se e saiu! Do nada para o nada !!
Vencido pelo cansaço de memórias sem rosto, deixou-se afundar em seu lugar , entregou-se ao velho colo que desde sempre o acolhera, adormeceu num secreto canto, enxugou-se de pensamentos e partiu para lado algum. Perguntou-se se estranharia naquele chegado final de viagem que vazios os lugares estivessem. Olhou para o seu e guardou o espanto. Ninguém também, como há muito se tentara acreditar! Levantou-se e saiu! Do nada para o nada !!
post repescado da semana
e a 13 de fevereiro escreveu-se neste canto:
ilusões .....
... e de repente era chegada a altura de olhar, lá bem para onde se chega a ter medo, lá bem para dentro de mim! De inicio era confuso, não parava de reconhecer o sorriso de quem acredita, estranho mais ainda, aqueles são os meus olhos, aquele sorriso nasce dentro de mim, olho o trajeto e reconheço o meu cheiro, o meu modo de caminhar! Pergunto-me onde estou, mas afinal, sou tão eu ali... mas onde estou ? Vejo-me velho, mais velho, e no entanto a mesma inocência no acreditar, cais e levantas-te ... será assim até quando, mas porque teimas em acreditar ?Acordo então de manhã, uma manhã igual à de ontem e às de sempre e encontro a resposta que procuro.... quero ser e estar aqui enquanto houver ilusão, enquanto desejar que sejam elas... as ilusões, a chamar pelo menino que um dia me lembro de olhar a vida e querê-la... e saber tê-la para si .. !!
ilusões .....
... e de repente era chegada a altura de olhar, lá bem para onde se chega a ter medo, lá bem para dentro de mim! De inicio era confuso, não parava de reconhecer o sorriso de quem acredita, estranho mais ainda, aqueles são os meus olhos, aquele sorriso nasce dentro de mim, olho o trajeto e reconheço o meu cheiro, o meu modo de caminhar! Pergunto-me onde estou, mas afinal, sou tão eu ali... mas onde estou ? Vejo-me velho, mais velho, e no entanto a mesma inocência no acreditar, cais e levantas-te ... será assim até quando, mas porque teimas em acreditar ?Acordo então de manhã, uma manhã igual à de ontem e às de sempre e encontro a resposta que procuro.... quero ser e estar aqui enquanto houver ilusão, enquanto desejar que sejam elas... as ilusões, a chamar pelo menino que um dia me lembro de olhar a vida e querê-la... e saber tê-la para si .. !!
sábado, 3 de novembro de 2007
friends from a blogger world :
e onde por vezes páro para um café, um cigarro, e um manjar de palavras :
zé : vidas simples pensamentos elevados
art: as partes do todo
big bizou: colheita de 1963
miguel: pretérito imperfeito
the wolf: pensamentos de um velho lobo
daniela: meia laranja
carlos lopes: I blog your pardon
a minha infância: olivesaria
katarzyna: K's Chronicle
maria joão: arejo
e ainda : cati & sof ... duas das first blogger friends que me iniciaram neste intercâmbio de meio loucos !!!
Hope you like it .... se e quando por lá resolverem gastar e trocar: minutos na esfera do blogue, por momentos de prazer em forma de letras e não só !!
zé : vidas simples pensamentos elevados
art: as partes do todo
big bizou: colheita de 1963
miguel: pretérito imperfeito
the wolf: pensamentos de um velho lobo
daniela: meia laranja
carlos lopes: I blog your pardon
a minha infância: olivesaria
katarzyna: K's Chronicle
maria joão: arejo
e ainda : cati & sof ... duas das first blogger friends que me iniciaram neste intercâmbio de meio loucos !!!
Hope you like it .... se e quando por lá resolverem gastar e trocar: minutos na esfera do blogue, por momentos de prazer em forma de letras e não só !!
terça-feira, 30 de outubro de 2007
feito de nada ...
Sentado e olhando
A janela de sempre
Quieto e andando
Em caminhos de gente
Desejando apenas querer
Que se quisessem desejos
Fugiste frágil criança
Levada em doces marés
Ficou o lugar
De pegadas sem pés
Em mãos de desesperança
Em lugares de saber amar
E assim dias teus
Vividos e repetidos
Em vida que não imaginas
De sabores esvaziada
Em mundo que não existe
Em lugar feito de nada
A janela de sempre
Quieto e andando
Em caminhos de gente
Desejando apenas querer
Que se quisessem desejos
Fugiste frágil criança
Levada em doces marés
Ficou o lugar
De pegadas sem pés
Em mãos de desesperança
Em lugares de saber amar
E assim dias teus
Vividos e repetidos
Em vida que não imaginas
De sabores esvaziada
Em mundo que não existe
Em lugar feito de nada
escrever !
Olho em silêncio para aquela figura que em tempos me ensinou os sabores. De vida e saudade, de tempos que desaparecem dentro de baús em sótão escondidos, da segurança do seu colo que de tudo parecia saber proteger-me. Descobrira-lhe o secreto caminho para um coração que em tempos tratara de fugir para lado nenhum . Guardo as ceias de Natal como o momento em que saía do seu mudo lugar e com uma lágrima que não se via me levava consigo. Por aquele velhinho de sempre sairia até ao fim do mundo, procurar-lhe-ia as mãos e os abraços que um dia quisera para mim.
Baloiça a cadeira num vaivém sem destino, repetido, num desafio às leis do equilibrio das gentes esquecidas, mortas de há tanto e que por ali conviviam e sussurravam entre segredos. Nunca me deixara partir aquele olhar, por onde tanto busquei o sossego dos mágicos bocados de criança. Sabia desde manhã cedo que aquele seria o ultimo dia, não foi preciso nada mais do que sentir ao acordar que aquele não era já o sitio de um gasto coração. Aproximei-me da sua cadeira, sem choros, penas ou tristezas , munido apenas de um lápis e papel que lhe deixei ao colo. Olhou-me de despedida, como se inquirindo o porquê de mim ali:
- Leva Avô, pode ser que um dia me queiras escrever !
Baloiça a cadeira num vaivém sem destino, repetido, num desafio às leis do equilibrio das gentes esquecidas, mortas de há tanto e que por ali conviviam e sussurravam entre segredos. Nunca me deixara partir aquele olhar, por onde tanto busquei o sossego dos mágicos bocados de criança. Sabia desde manhã cedo que aquele seria o ultimo dia, não foi preciso nada mais do que sentir ao acordar que aquele não era já o sitio de um gasto coração. Aproximei-me da sua cadeira, sem choros, penas ou tristezas , munido apenas de um lápis e papel que lhe deixei ao colo. Olhou-me de despedida, como se inquirindo o porquê de mim ali:
- Leva Avô, pode ser que um dia me queiras escrever !
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
à volta de coisa nenhuma !!
Percorro a Marginal a caminho de Lisboa e oiço na rádio a alusão feita noticia:
' .. a comunidade cientifica estudou, descobriu e concluiu que as mudanças de hora a que na transição verão/inverno nos obrigamos são ... prejudiciais à saúde .. '.
Fantástico ! A comunidade cientifica não desiste de nos surpreender, de nos presentear com estas ferramentas para vivermos melhor ! Beijos para ela então. Meus !
E agora fazemos o quê ? Dizemos aos rapazes e raparigas feitos cientistas que ficámos siderados e agradecidos com semelhante evolução do conhecimento ? Ou entramos a matar e ripostamos ... ' Hello ???? A mudançazinha nefasta da hora é para poupar um bocadinho de energia, daquela que fodemos à grande e à francesa noutras parvoíces !! Dahhhhh?? Querem ficar sem o subsidio para a investigação ?? '.
A mesminha comunidade de valentes há anos que percebe e grita alto que a casa está a arder, que cheira a fumo por todo o lado e um dia cai o tecto, ou sai tudo num frenesim de sobrevivência para pôrra de lado nenhum, tirando os espertos de Deus que já adiantaram por conta num terreno com vista para a terra, naquela Lua dum cabrão que todos as noites se promove num outdoor gigante, iluminado, romântico até ! E o que fez a agradecida e global aldeia das gentes ? Sim, sim, o pai já vem ... o ultimo que apague a luz e deixe um bilhetinho para os próximos !
Curioso é que quis a vida que a minha mudançazita de hora não fosse tão sazonal nem tão parca em ambição. Ando com elas para a frente e para trás à pazada. Com as horas bem se vê ... É de não ir jantar por se morrer de sono, de não se dormir por morrer de fome ! É ir e voltar, tomar banho e fazer malas num ajustar de software diário. Saudinha fodida devo ter mesmo ! Com esta é que a comunidade me arrasou. A cientifica claro, que a outra trata de diáriamente me atormentar nos limites das descobertas trovão!
Pergunto-me ainda se no estudo terão sido tidas em linha de conta duas questões que no meu quotidiano de vulgar cidadão me angustiam: foi a Quercus ou similar instituição consultada das possiveis tragédias ambientais que de qualquer modo afectam por efeito escada o descanso rotina da comunidade vegetal e animal que sem qualquer culpa na matéria se vêem em perigo de extinção fruto deste adiantar/atrasar do relógio dos humanos ? Incluiu a comunidade cientifica reguladora do inefável estado salutar das gentes, um estudo que esmiuçe um serão televisivo português? Em que para se chegar ao fim de uma série/filme/reportagem se vê a cobaia forçada a dar de barato uma noite em claro, onde para além do enredo da coisa, coisa de somenos, fica inteirada de como e onde gastar em fraldas, carros, seguros, créditos, descréditos, mais carros, mais seguros, fraldas de novo, shampoos, para a caspa e ou oleosidades, mais o programa do dia seguinte, de dois dias depois, e seguros, e bancos claro ... carritos ainda, créditozinho a isto e aquilo à distância de um empresta aí ... tudo num somatório de cientifica ficção marketinguiana ( palavrinha inventada pela comunidade literária agora mesmo ) em que o mundo compra, sorri e olha para o vizinho, vive para pagar e é feliz ???? Terá o estudo, na rádio anunciado em jeito de descoberta Nobeliana, sido ambicioso ao ponto de estudar o limite do ajavardar com as horas ? Terá a comunidade incluido estas nuances no seu estudo ??? Calhando não !
Chega a Marginal ao fim, viro à esquerda em Caxias, que se foda, sábado atraso uma hora! Deve dar para sobreviver !!
' .. a comunidade cientifica estudou, descobriu e concluiu que as mudanças de hora a que na transição verão/inverno nos obrigamos são ... prejudiciais à saúde .. '.
Fantástico ! A comunidade cientifica não desiste de nos surpreender, de nos presentear com estas ferramentas para vivermos melhor ! Beijos para ela então. Meus !
E agora fazemos o quê ? Dizemos aos rapazes e raparigas feitos cientistas que ficámos siderados e agradecidos com semelhante evolução do conhecimento ? Ou entramos a matar e ripostamos ... ' Hello ???? A mudançazinha nefasta da hora é para poupar um bocadinho de energia, daquela que fodemos à grande e à francesa noutras parvoíces !! Dahhhhh?? Querem ficar sem o subsidio para a investigação ?? '.
A mesminha comunidade de valentes há anos que percebe e grita alto que a casa está a arder, que cheira a fumo por todo o lado e um dia cai o tecto, ou sai tudo num frenesim de sobrevivência para pôrra de lado nenhum, tirando os espertos de Deus que já adiantaram por conta num terreno com vista para a terra, naquela Lua dum cabrão que todos as noites se promove num outdoor gigante, iluminado, romântico até ! E o que fez a agradecida e global aldeia das gentes ? Sim, sim, o pai já vem ... o ultimo que apague a luz e deixe um bilhetinho para os próximos !
Curioso é que quis a vida que a minha mudançazita de hora não fosse tão sazonal nem tão parca em ambição. Ando com elas para a frente e para trás à pazada. Com as horas bem se vê ... É de não ir jantar por se morrer de sono, de não se dormir por morrer de fome ! É ir e voltar, tomar banho e fazer malas num ajustar de software diário. Saudinha fodida devo ter mesmo ! Com esta é que a comunidade me arrasou. A cientifica claro, que a outra trata de diáriamente me atormentar nos limites das descobertas trovão!
Pergunto-me ainda se no estudo terão sido tidas em linha de conta duas questões que no meu quotidiano de vulgar cidadão me angustiam: foi a Quercus ou similar instituição consultada das possiveis tragédias ambientais que de qualquer modo afectam por efeito escada o descanso rotina da comunidade vegetal e animal que sem qualquer culpa na matéria se vêem em perigo de extinção fruto deste adiantar/atrasar do relógio dos humanos ? Incluiu a comunidade cientifica reguladora do inefável estado salutar das gentes, um estudo que esmiuçe um serão televisivo português? Em que para se chegar ao fim de uma série/filme/reportagem se vê a cobaia forçada a dar de barato uma noite em claro, onde para além do enredo da coisa, coisa de somenos, fica inteirada de como e onde gastar em fraldas, carros, seguros, créditos, descréditos, mais carros, mais seguros, fraldas de novo, shampoos, para a caspa e ou oleosidades, mais o programa do dia seguinte, de dois dias depois, e seguros, e bancos claro ... carritos ainda, créditozinho a isto e aquilo à distância de um empresta aí ... tudo num somatório de cientifica ficção marketinguiana ( palavrinha inventada pela comunidade literária agora mesmo ) em que o mundo compra, sorri e olha para o vizinho, vive para pagar e é feliz ???? Terá o estudo, na rádio anunciado em jeito de descoberta Nobeliana, sido ambicioso ao ponto de estudar o limite do ajavardar com as horas ? Terá a comunidade incluido estas nuances no seu estudo ??? Calhando não !
Chega a Marginal ao fim, viro à esquerda em Caxias, que se foda, sábado atraso uma hora! Deve dar para sobreviver !!
domingo, 28 de outubro de 2007
poema em prosa de um amor guardado!
Em teus olhos não vi nunca o medo! Estranha a ironia da vida de em tão frágil e franzino corpo de mulher encontrar poiso para tanta força, coragem, grito de vida. Teria eu desistido mil vezes, assim os dias meus se tivessem povoado de tanta sombra e frio. Talvez que o calor de corpos perdidos em vidas por viver te tivessem buscado e rebuscado para que em hora nenhuma da vida te esquecesses. Nunca deles. Sempre de ti. Algures perdido em tempos que não se escrevem, nem ouvem para além da solidão, apareceu-me o teu olhar! Que fizeste meu! Como poderei um dia deixar de acreditar, se um dia acreditaste o suficiente pelo mundo que é o meu ? Deixa-me confessar-te a minha pequenez e dizer-te que ao ver-te hoje sorrir, percebi porque um dia foste quem me ensinou a amar! E quão significa saber que o Miguel e o Francisco te guardarão como um dia amei guardar Alice. A tua Mãe !
Passei hoje por dois momentos do mais puro amor. De ternura, como contigo aprendi! Dos que saberei guardar em silêncio e todos os dias viver! À noite, quando um homem chora e aprende !
Passei hoje por dois momentos do mais puro amor. De ternura, como contigo aprendi! Dos que saberei guardar em silêncio e todos os dias viver! À noite, quando um homem chora e aprende !
28 de Outubro de 1957 ....
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
ensaio sobre alegria, beauty & devil around ..
E passavam garotas
Lindas e cheirosas
Como passarinhos de flores
E via-se o céu
O Benfica ganhava a cinco minutos do fim
Por quatro a zero
Abri a janela
Nem emperrada nem com barulho
Parara de chover
Brotavam as pétalas
Ribombavam corações
Apaixonados
E as garotas eram putas
O cheiro era fantasma
Os pássaros correios de droga
O céu visto era uma tela
E o Benfas ainda perdeu
Por quatro a cinco
Fechei a cabra de novo
Empenada e num chinfrim
Chovia que Deus a mandava
As pétalas voaram
E o estrondo ribombar
Mais um velho em contramão
E apareceu o Bush
E o Pintinho
E o IRS mais o IMI
Tudo à mesa quadrada
Salão de Joy & Beauty
E o Diabo a teclar
Lindas e cheirosas
Como passarinhos de flores
E via-se o céu
O Benfica ganhava a cinco minutos do fim
Por quatro a zero
Abri a janela
Nem emperrada nem com barulho
Parara de chover
Brotavam as pétalas
Ribombavam corações
Apaixonados
E as garotas eram putas
O cheiro era fantasma
Os pássaros correios de droga
O céu visto era uma tela
E o Benfas ainda perdeu
Por quatro a cinco
Fechei a cabra de novo
Empenada e num chinfrim
Chovia que Deus a mandava
As pétalas voaram
E o estrondo ribombar
Mais um velho em contramão
E apareceu o Bush
E o Pintinho
E o IRS mais o IMI
Tudo à mesa quadrada
Salão de Joy & Beauty
E o Diabo a teclar
regresso !!
Regressara a casa há tanto tempo e mal sabia ainda reconhecê-la, a guerra que o levara teimava em agarrá-lo ainda em seus braços, diáriamente o beijava com o seu cheiro de morte, de bocados de corpos que se desenhavam em si, inteiros, despedaçados, com olhares tristes de homens meninos nos seus fins. O regresso não lhe guardara fitas nem paradas de musica com papelotes, trouxera-o apenas de volta a um lugar que perdera para sempre quando o fim lhe chegou em forma de telegrama convocador para heroismos de contos de fadas! Ali não pertencia já, e não havia braços que o acolhessem em lado algum. Não lhe saía da cabeça o momento em que de olhar parado no mar lhe haviam trazido a boa nova do fim das batalhas. Foi preciso perder-se no sempre , com uma lágrima feita o seu pedaço de vida, sua única companhia, para entender porque naquela fria manhã o mar teimava em apagar as suas pegadas. Deu pela Pátria o ultimo tiro e descansou com um sorriso que não mais voltaria a vestir!!
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
bocados mais !
Nada e tudo, bocados mais
Em vida de velhos sem fim
De meninos que não se perdem
Porque assim não o quiseram
Ventos da vida, de bem fundo vindos
De quem o peito lhes abriu
Em coragens nem vãs nem gritadas
Nem em gritos de afronta final
E na simplicidade incompreendida
De quem a vida não assustou
A quem não deu nem tirou
Dias de caminhos sem forma
Danças de corpos sós.
Em vida de velhos sem fim
De meninos que não se perdem
Porque assim não o quiseram
Ventos da vida, de bem fundo vindos
De quem o peito lhes abriu
Em coragens nem vãs nem gritadas
Nem em gritos de afronta final
E na simplicidade incompreendida
De quem a vida não assustou
A quem não deu nem tirou
Dias de caminhos sem forma
Danças de corpos sós.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
post repescado da semana ...
e a 7 de janeiro escreveu-se neste canto:
... continuava a chover torrencialmente !!
Tentava calcular há quanto tempo estaria por ali. Alma alguma para perguntar, ninguém e nada tão pouco pareciam existir por ali, nem barulhos nem cheiros a não ser os do mar e areia, apenas as ondas e a sua dança, rotina de vai e volta e o vento também, esse vento que como ele não sabia se ir ou voltar, se estar ou partir. Mais do que fome, sede, frio ou cansaço, sentia o corpo a traí-lo, que vontade de o sentir e voltar a ter como antes , sem aquela estranha sensação de ter desaparecido, como se de si tivesse saído... Adormeceu, finalmente e uma vez mais, cada bocado de tempo que passava entre o sol, as estrelas e marés que iam e vinham, tornara-se a sua vida, uma vida que queria apenas compreender e para a qual não tinha sequer a sua própria companhia, queria apenas saber quem era, de onde viera ou para onde iria, mas ali teimava em não haver alma, nem barulho ou rasto deles. Exausto sonhou então, um sonho com água da chuva, tanta chuva com o seu barulho, cheiro e côr, sonho povoado de sitios e lugares estranhos onde lhe parecera haver algo de tão familiar, onde juraria ter existido em tempos....Manhã cedo a borrasca partira, do sonho e daquele lugar, deixara uma luz de côres diferentes, uma textura impossivel impregnada no ar! Sabia agora que não interessava há quanto tempo estava ali, desaparecera a ânsia de respostas e sentia algo voltar. Voltara para dentro de si e pela primeira vez em tanto tempo, fosse lá o que tanto durasse, entrou no mar e viveu, viveu o frio e o sal, sentiu o corpo a explodir no seu regresso à vida. Nadou o quanto pôde, uma, duas, três horas, ou dias ou minutos .. ? Nadou e da água saiu reparando então no detalhe da paisagem em que já não acreditava ainda crer..... no seu sitio, no seu lugar na terra debaixo de um novo céu, havia afinal lugar para outro ser ...-Bom dia pelicano, que raio fazes aqui ? cumprimentou perguntando .Assim passou as seguintes horas ou espaços de tempo que não sabia já definir, assim por ali, tentando que a visão pós-natatória se lhe apresentasse como um caminho de saída, de volta, de partida, queria lá saber.... um caminho que pelo menos pudesse percorrer sem se ter por única companhia!-Fala pelicano, fala como souberes, mas fala, diz-me o que traz por cá, queres companhia para o jantar, podíamos, sei lá, rachar uns momentos, dividir umas memórias, vá pelicano, sais desse marasmo ou és parte desta paisagem do silêncio?Pela primeira vez depois do sonho, sentiu que o corpo lhe falava, tinha fome era evidente, não por salivar com culinários cheiros, mas porque tinha fome apenas! Alguma coisa tinha de mudar, ia mudar, longe dum inútil que se lhe fugia na memória, olhava para si imaginando que disfrutar da vida passava também por vivê-la nos seus momentos..... Naquele, momento claro, tinha fome e nada à frente! Ergueu-se sem pressas, voltou ao mar não para novo banho de vida, voltou ao mar para de lá tirar a sobrevivència, o seu jantar, pela primeira vez seria parte do jogo de se viver a si mesmo!Não foi preciso passar tempo que se visse, braçadas para cá e lá, mergulha e sobe, ganha ar e volta, a pesca não era como lhe ensinaram noutras vidas, para que lhe servia ali ser humano, se de humano pouco tempo lhe restava se não descobrisse breve como alimentar a própria vida.Voltou à areia e seu cantinho, com frio, medo, sede e fome, adormeceu pensando por onde andaria o colo da sua mãe, por onde andaria aquele cantinho quente e seguro a quem em tempos confiara o seu coração, por onde andarias tu chuva da minha infância ??
... continuava a chover torrencialmente !!
Tentava calcular há quanto tempo estaria por ali. Alma alguma para perguntar, ninguém e nada tão pouco pareciam existir por ali, nem barulhos nem cheiros a não ser os do mar e areia, apenas as ondas e a sua dança, rotina de vai e volta e o vento também, esse vento que como ele não sabia se ir ou voltar, se estar ou partir. Mais do que fome, sede, frio ou cansaço, sentia o corpo a traí-lo, que vontade de o sentir e voltar a ter como antes , sem aquela estranha sensação de ter desaparecido, como se de si tivesse saído... Adormeceu, finalmente e uma vez mais, cada bocado de tempo que passava entre o sol, as estrelas e marés que iam e vinham, tornara-se a sua vida, uma vida que queria apenas compreender e para a qual não tinha sequer a sua própria companhia, queria apenas saber quem era, de onde viera ou para onde iria, mas ali teimava em não haver alma, nem barulho ou rasto deles. Exausto sonhou então, um sonho com água da chuva, tanta chuva com o seu barulho, cheiro e côr, sonho povoado de sitios e lugares estranhos onde lhe parecera haver algo de tão familiar, onde juraria ter existido em tempos....Manhã cedo a borrasca partira, do sonho e daquele lugar, deixara uma luz de côres diferentes, uma textura impossivel impregnada no ar! Sabia agora que não interessava há quanto tempo estava ali, desaparecera a ânsia de respostas e sentia algo voltar. Voltara para dentro de si e pela primeira vez em tanto tempo, fosse lá o que tanto durasse, entrou no mar e viveu, viveu o frio e o sal, sentiu o corpo a explodir no seu regresso à vida. Nadou o quanto pôde, uma, duas, três horas, ou dias ou minutos .. ? Nadou e da água saiu reparando então no detalhe da paisagem em que já não acreditava ainda crer..... no seu sitio, no seu lugar na terra debaixo de um novo céu, havia afinal lugar para outro ser ...-Bom dia pelicano, que raio fazes aqui ? cumprimentou perguntando .Assim passou as seguintes horas ou espaços de tempo que não sabia já definir, assim por ali, tentando que a visão pós-natatória se lhe apresentasse como um caminho de saída, de volta, de partida, queria lá saber.... um caminho que pelo menos pudesse percorrer sem se ter por única companhia!-Fala pelicano, fala como souberes, mas fala, diz-me o que traz por cá, queres companhia para o jantar, podíamos, sei lá, rachar uns momentos, dividir umas memórias, vá pelicano, sais desse marasmo ou és parte desta paisagem do silêncio?Pela primeira vez depois do sonho, sentiu que o corpo lhe falava, tinha fome era evidente, não por salivar com culinários cheiros, mas porque tinha fome apenas! Alguma coisa tinha de mudar, ia mudar, longe dum inútil que se lhe fugia na memória, olhava para si imaginando que disfrutar da vida passava também por vivê-la nos seus momentos..... Naquele, momento claro, tinha fome e nada à frente! Ergueu-se sem pressas, voltou ao mar não para novo banho de vida, voltou ao mar para de lá tirar a sobrevivència, o seu jantar, pela primeira vez seria parte do jogo de se viver a si mesmo!Não foi preciso passar tempo que se visse, braçadas para cá e lá, mergulha e sobe, ganha ar e volta, a pesca não era como lhe ensinaram noutras vidas, para que lhe servia ali ser humano, se de humano pouco tempo lhe restava se não descobrisse breve como alimentar a própria vida.Voltou à areia e seu cantinho, com frio, medo, sede e fome, adormeceu pensando por onde andaria o colo da sua mãe, por onde andaria aquele cantinho quente e seguro a quem em tempos confiara o seu coração, por onde andarias tu chuva da minha infância ??
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
manhã cedo !!
Manhã cedo acordou como de costume, deu um salto da cama como tantos outros dias fizera, abriu a janela, tomou um duche rápido e saiu de casa sem sequer tomar café. Percorreu a pé a distância que o separava até ao lago onde desde sempre soubera encontrar aquele ar puro que lhe dava como que uma secreta resposta para a vida que tentava entender! Naquele dia estranhou, não o caminho mas o seu desfecho ! O lago secara, as árvores haviam partido, olhou para si , estranhou a roupa vestida que não conhecia, voltou de um salto ao caminho de onde viera, certo de não se ter enganado ! Chegado a casa de novo, não havia porta no lugar do costume, o seu quarto deixara de existir, as janelas abertas de par em par deixavam entrar um vendaval que fustigava o pouco que havia lá dentro . Entrou a custo, susteve a intempérie na sua ânsia varredoura e desligou a televisão ! Tomou café e saiu, não deixando de passar numa corrida ao lago que, como sempre acontecia, o esperava e lhe dava as coordenadas dos mistérios diários! Mergulhou e sentiu-se gente de novo. Chegado à estação, sentou-se na primeira carruagem que viu, decidiu nunca mais ver televisão até tão tarde, nunca mais desprezar a mesa da cozinha no seu trajeto de saída ! Abriu o jornal, o comboio arrancou e adormeceu ! Sonhou que tinha nascido !!
golden piece award : and the winner is ....
...e ser juri é blá blá, blá blá, dificil e mais isto e mais aquilo, mas a verdade é que é o total power neste caso.
And the great winner of my first blog contest ever is ..... :
cati/post: prazeres ocultos @ meupequenomundolouco.blogspot.com ... pela ficção cientifica expressa em erotismo sonhado em plena 2ª circular ! Woody Allen não faria melhor !
A todos os outros o 2º ex-aequo a um milésimo do vencedor!!
sof ( acaixinhadosmeusbotoes.blogspot.com ) : srry for your sporting !
bizou ( colheita1963.blogspot.com ) : ainda me lembro desse dia !
zé ceitil ( vidasimplespensamentoselevados.blogspot.com ) : poor rachid !
the wolf ( pensamentosdeumvelholobo.blogspot.com ) : poesia viária, new way to see the world !
xaixai: outsider ! always a pleasure to read ... três posts abaixo !!
And THANKS everybody for having fun and added rich posts to blogosphere !!
domingo, 21 de outubro de 2007
viagem ...
Tanto arrojo, tanta fúria
Amada em lucida estupidez
Espera sentada eterna besta
Peito aberto, a mesma cara
Lambuzada de podre sangue
Amante contaminada
Atrevidos feitos guerreiros
De medos fracos, cabeças vãs
Doce caminho assim eleito
Pelos Deuses do abandono
Corre para o rio guloso
Da tua carne marcada
Mostra, grita bem alto
Tanta força cobarde
Corre que o fim não espera
Teu sangue não serve mais
Larga-te à rua e ao lugar
Em que te quiseste escolher
E não há magias no tempo
Regressos, perdões sonhados
De ti para ti
Para o Deus que abençoaste
E o mundo que largaste
Por multidão de gente alguma
E morres hoje devagar
Nessa fúria enganada
Nessa amante fantasma
Estás magro sabias ?
Foi-se-te o sangue
Na batalha de podridão
Amada em lucida estupidez
Espera sentada eterna besta
Peito aberto, a mesma cara
Lambuzada de podre sangue
Amante contaminada
Atrevidos feitos guerreiros
De medos fracos, cabeças vãs
Doce caminho assim eleito
Pelos Deuses do abandono
Corre para o rio guloso
Da tua carne marcada
Mostra, grita bem alto
Tanta força cobarde
Corre que o fim não espera
Teu sangue não serve mais
Larga-te à rua e ao lugar
Em que te quiseste escolher
E não há magias no tempo
Regressos, perdões sonhados
De ti para ti
Para o Deus que abençoaste
E o mundo que largaste
Por multidão de gente alguma
E morres hoje devagar
Nessa fúria enganada
Nessa amante fantasma
Estás magro sabias ?
Foi-se-te o sangue
Na batalha de podridão
xaixai ou o espirito de não blogueiro !
... não é das lides bloguisticas, o que é um dó já que a pessoa quando se atira ao escrevinhar faz desenhos com acordes. Quem sabe um dia eterniza a coisa em casa sua!! Viu o desafio do ' Golden Piece ' e não se coibiu de juntar umas palavras. Não vai a concurso mas merece pública honra. Segundo autor, a seguir a Millor Fernandes, a ver nesta humilde casa as suas palavras escarrapachadas ( curioso como o carinhoso termo ' F...-sa' esteve presente em ambos ).
Obrigado xaixai e ... cá vai reproduzida a tua nuance:
2ª circular / deus/ bicha/ e f....-se !!!
(…)
Engarrafado em bagaceira de 2ª,
circular (ia) a noite inteira, em busca de uma brecha de lucidez que o libertasse de si próprio.
Como sempre… entregou-se à mágoa.
Então, escreveu a escadaria até à varanda, em esses de uma firmeza inabalável;
Disse (a)deus à garrafa vazia,
com a mão seca, afagou a (bar)bicha e gritou:
f….-se !!!
Obrigado xaixai e ... cá vai reproduzida a tua nuance:
2ª circular / deus/ bicha/ e f....-se !!!
(…)
Engarrafado em bagaceira de 2ª,
circular (ia) a noite inteira, em busca de uma brecha de lucidez que o libertasse de si próprio.
Como sempre… entregou-se à mágoa.
Então, escreveu a escadaria até à varanda, em esses de uma firmeza inabalável;
Disse (a)deus à garrafa vazia,
com a mão seca, afagou a (bar)bicha e gritou:
f….-se !!!
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
ninguém !
E longa fôra a jornada, medidas esquecidas no tempo, vivida a solavancos de momentos e impulsos, caminhos de bocados soltos, caras presentes em idas de desejos e fantasia, de mistério unico e sedutor, como um mundo que se desenha na quietude de um fechar de olhos, na letra de uma canção nunca escrita, numa imagem a preto e branco solta no tempo, guardada em segredos proibidos. Parou de vez e olhou, espelho temido nas noites de solidão sem lágrimas nem sorriso de gente ... janela aberta ao vento de sons e côres que sabia não agarrar!
Não hesitou e abraçou-se ... seguiu vazio no vazio, para trás o labirinto de coisas nenhumas onde ser-se era esquecer, onde nunca aprendera a ficar. E perdido encontrou aquele lugar nenhum onde adormecia vivendo ! Surpreso olhou o relógio, deu as boas noites, fumou um cigarro e saiu ! Não voltaria ali!! Vazio ... reaprendeu a respirar!!
Não hesitou e abraçou-se ... seguiu vazio no vazio, para trás o labirinto de coisas nenhumas onde ser-se era esquecer, onde nunca aprendera a ficar. E perdido encontrou aquele lugar nenhum onde adormecia vivendo ! Surpreso olhou o relógio, deu as boas noites, fumou um cigarro e saiu ! Não voltaria ali!! Vazio ... reaprendeu a respirar!!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
a poeira dos dias
De queixas novas e velhas
Desinteresses parasitas
Que aos sonhos se apegam firme
E os matam e aniquilam
Com requintes de pregador
Com a paciência da morte
De queixas eternas, repetidas
Predadoras de pequenez
Vestidas de fugas mil
Como truques de mentira
Vivendo sem outro lugar
Fugindo a mãos estendidas
Perdi-me, perdi a hora
Refugiei-me na multidão
Vendi alma, fraca barganha
E quis um dia sacudir
Sonhei um dia destruir
Ténue poeira dos dias
De dias meus
Largados e sós
Razão alguma
Quero apenas um deus
E na frente do caminho
O segredo de me encontrar
Desinteresses parasitas
Que aos sonhos se apegam firme
E os matam e aniquilam
Com requintes de pregador
Com a paciência da morte
De queixas eternas, repetidas
Predadoras de pequenez
Vestidas de fugas mil
Como truques de mentira
Vivendo sem outro lugar
Fugindo a mãos estendidas
Perdi-me, perdi a hora
Refugiei-me na multidão
Vendi alma, fraca barganha
E quis um dia sacudir
Sonhei um dia destruir
Ténue poeira dos dias
De dias meus
Largados e sós
Razão alguma
Quero apenas um deus
E na frente do caminho
O segredo de me encontrar
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
papel de parede ....
Joaquina era seu nome , linda de morrer, nada e criada por gente de trabalho, linda de morrer aos olhos de pai e mãe, da aldeia também, a moça era boa como o milho segundo a descrição simplória dos frequentadores da taberna onde se reuniam os vinte e poucos habitantes do lugar !
Diogo era a graça da pessoa que longe e de longe, sonhava para a sua vida com uma mulher assim ! Linda e bonita, de origens humildes e sem mais sonhos que o de amar na pureza !
Uma cansada da tristeza de terra sem destino , outro desistido das alegrias de plástico de terra com destino a mais.
O encontro deu-se fortuito, como pedem as histórias de amor. Foi por ocasião de um derby lisboeta, ela ali estava em memória do pai benfiquista, ele ali estava por fineza com o elitista sócio da firma de advogados ! Encontraram-se à saida, naquela mole humana em que se apertam vontades, pessoas, destinos e impropérios à vida !
Foi um fósforo enquanto casaram, se amaram, ela se tornou dondoca dama da linha, ele se embrutou e a falar se pôs, como se numa tasca homem se tivesse feito .
Não se estranhou o divórcio, choro da mãe viuva aldeã, regozijo da linhagem falida do menino de bem. Joaquina, sentada no autocarro que às origens a retornava, não resistiu a uma ultima pergunta ao quebrado Diogo que ali se despedia:
- Diz-me lá homem, que raio de papel foi o do amor na nossa história ??
-De parede Joaquina, papel de parede que nunca deviamos ter pintado por cima !!
Diogo era a graça da pessoa que longe e de longe, sonhava para a sua vida com uma mulher assim ! Linda e bonita, de origens humildes e sem mais sonhos que o de amar na pureza !
Uma cansada da tristeza de terra sem destino , outro desistido das alegrias de plástico de terra com destino a mais.
O encontro deu-se fortuito, como pedem as histórias de amor. Foi por ocasião de um derby lisboeta, ela ali estava em memória do pai benfiquista, ele ali estava por fineza com o elitista sócio da firma de advogados ! Encontraram-se à saida, naquela mole humana em que se apertam vontades, pessoas, destinos e impropérios à vida !
Foi um fósforo enquanto casaram, se amaram, ela se tornou dondoca dama da linha, ele se embrutou e a falar se pôs, como se numa tasca homem se tivesse feito .
Não se estranhou o divórcio, choro da mãe viuva aldeã, regozijo da linhagem falida do menino de bem. Joaquina, sentada no autocarro que às origens a retornava, não resistiu a uma ultima pergunta ao quebrado Diogo que ali se despedia:
- Diz-me lá homem, que raio de papel foi o do amor na nossa história ??
-De parede Joaquina, papel de parede que nunca deviamos ter pintado por cima !!
pieces & ideas challenge ! golden piece !!
A ideia é lançar um desafio e atribuir um prémio para a melhor resposta a concurso ... O juri sou eu e só eu ... não é justo mas .... lá terá de ser ! Quem se candidata a ganhar o Golden Pieces Award de Outubro de 2007 ?
Desafio:
Faça um post, com pelo menos cinquenta palavras ... onde tem de incluir .... 2ª circular / deus/ bicha/ e f....-se !!! Publique no seu blog e comunique para aqui o endereço ...
Qualquer blog se pode chegar à frente ... o prazo de recepção dos trabalhos inicia-se de imediato e termina dentro de cinco dias exatos , ou seja, 2ª feira / 22 de outubro pelas 19 horas .
And counting ... 5 , 4 ...
Desafio:
Faça um post, com pelo menos cinquenta palavras ... onde tem de incluir .... 2ª circular / deus/ bicha/ e f....-se !!! Publique no seu blog e comunique para aqui o endereço ...
Qualquer blog se pode chegar à frente ... o prazo de recepção dos trabalhos inicia-se de imediato e termina dentro de cinco dias exatos , ou seja, 2ª feira / 22 de outubro pelas 19 horas .
And counting ... 5 , 4 ...
post repescado da semana ...
e a 11 de março escreveu-se neste canto:
sacrificio ao deus sol
... numa assimetria com rara beleza e algum tesão, alinham lado a lado, expostas abertamente num sacrificio bronzeatório ao Deus Sol..... são mamas em barda, estremunhadas pela surpresa de um passeio de domingo com direito a exposição em esplanada !!! Guarda-as Sol, são para que te não te esqueças como gozas quando te dás assim.... são tuas, tanta mama, tanto peito, bronzeia-as, alinda-as..... pois para isso se te oferecem !!
Espero que gostem de o rever por aqui !!
sacrificio ao deus sol
... numa assimetria com rara beleza e algum tesão, alinham lado a lado, expostas abertamente num sacrificio bronzeatório ao Deus Sol..... são mamas em barda, estremunhadas pela surpresa de um passeio de domingo com direito a exposição em esplanada !!! Guarda-as Sol, são para que te não te esqueças como gozas quando te dás assim.... são tuas, tanta mama, tanto peito, bronzeia-as, alinda-as..... pois para isso se te oferecem !!
Espero que gostem de o rever por aqui !!
terça-feira, 16 de outubro de 2007
lost highway !!
Vazia a noite, o dia também
Secreto momento perdido
E como nos prometeram
Tanto mundo, tanta gente
Caminhos de pouco mistério
Saídas para lado algum
E corremos, tanto corremos
De que fugiamos então ?
Proibidas as vozes , o vento
De sonhos de asa gigante
Sei o momento, o dia e hora
Em que imaginaste fugir
Em que soube ver-te morrer
Sem um adeus para guardar
Mundo de erro e engano
Que te abraçou e levou
Parado ficou e guardado
O ultimo passo que deste
Numa vida sem vida
Que pisaste com desdém
Num assombro de velho rei
Numa autoestrada perdida
Com saídas de falsa magia
Onde nunca te encontrarei
Secreto momento perdido
E como nos prometeram
Tanto mundo, tanta gente
Caminhos de pouco mistério
Saídas para lado algum
E corremos, tanto corremos
De que fugiamos então ?
Proibidas as vozes , o vento
De sonhos de asa gigante
Sei o momento, o dia e hora
Em que imaginaste fugir
Em que soube ver-te morrer
Sem um adeus para guardar
Mundo de erro e engano
Que te abraçou e levou
Parado ficou e guardado
O ultimo passo que deste
Numa vida sem vida
Que pisaste com desdém
Num assombro de velho rei
Numa autoestrada perdida
Com saídas de falsa magia
Onde nunca te encontrarei
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
a minha primeira vez ...
Ah pois foi ! My first award around here ... dado pela Sofia , n' A Caixinha dos Meus Botões... leitora que também me inspira mas ... que nunca vi ... ao vivo e a côres ! O prémio ?
... e se a Sof diz ... quem sou eu para contestar ?
E cá vão os meus ' nominees ':
http://migaspais.blogspot.com/
http://vidasimplespensamentoselevados.blogspot.com/
http://arturmcarvalho.blogspot.com/
http://39mais1.blogspot.com/
http://farinhamparo.blogspot.com/
http://meupequenomundolouco.blogspot.com/ ( já nomeado anteriormente por outra blogger !! )
Haveria mais ... e não quero ser injusto... Anyway , VALE A PENA passar os olhos por estes cinco !! Opssss, sairam seis, mas já está, já está !!
... e se a Sof diz ... quem sou eu para contestar ?
E cá vão os meus ' nominees ':
http://migaspais.blogspot.com/
http://vidasimplespensamentoselevados.blogspot.com/
http://arturmcarvalho.blogspot.com/
http://39mais1.blogspot.com/
http://farinhamparo.blogspot.com/
http://meupequenomundolouco.blogspot.com/ ( já nomeado anteriormente por outra blogger !! )
Haveria mais ... e não quero ser injusto... Anyway , VALE A PENA passar os olhos por estes cinco !! Opssss, sairam seis, mas já está, já está !!
crónica de meio dia com sono
5,30 am .... bip..bip ... toca o despertador, que sono , mas muito mesmo, salto da cama, duche no automático, meio litro de leite com chocolate de olhos fechados, farda, carro, sono ainda, a marginal ajuda, pôrra não me canso deste mar com este cheiro, A5, segunda circular ( um dia falaremos dela !! )... repsol, bica, A Bola, primeiros acordes do dia ... aeroporto e reserva de quatro horas, no need, back home then ... ah é verdade, almoço na praia, s. pedro como de costume .. amigo à espera, fome muita, sono ainda mais, venha de lá um peixe grelhado, não ... bitoque mesmo ... ring ring, é a Kat, Kuka partiu a cabeça na escola, saio a correr, nada grave meu filho, já passou, o pai está aqui, a mãe a chegar, clinica europa, quatro pontos, uma estreia, cento e noventa euros, tem de ser ... regresso ainda à praia, almoço por fim, sesta para mais tarde ... conversa com velho amigo, e mais conversa.... tenho de ir, durmo em pé! Até já... acho que vou ler para a cama, uma página pelo menos... volto mais tarde !! zzzzz, zzzzzzz, como a vida é feita de momentos, como estar lá e vivê-la faz parte do segredo ! De sermos nós !!! zzzz, zzz.. zzz !!
domingo, 14 de outubro de 2007
atrás do horizonte ....
Levanto cedo e sigo o caminho, suam-me as mãos, fraquejam-me as pernas, grande é o dia, maior a esperança, infinita a vontade! Não passa daquele dia a procura, li em livros, descobri em representadas vidas, senti-lhe o cheiro, a textura, em apelos de noites sem dormir ! Percorro o caminho, o mesmo de sempre, com o andar lento da certeza, sinto a força de quem tem o segredo, imparável deus terreno, sigam-me gentes, tragam vontades também. Chove sem parar, empurra-me o espanto de quem nasce outra vez, tardia vida te descobri, dai-me o tempo de lhe chegar, use o tempo para entendida a viver!
Deparo com moribunda anciã, não reconheço sinal divino, fraqueja-lhe o sopro, esvai-se-lhe a vida, não morras mensageira ... cuido que sem ti não vivo...
- Por onde se descobre a força de se amar?
- Tanto andaste até aqui ... e no entanto sempre à tua frente a tiveste ! Nunca esqueças quando o mar olhaste e guardaste, quando a vida te chamou ... bem atrás do horizonte !!
Deparo com moribunda anciã, não reconheço sinal divino, fraqueja-lhe o sopro, esvai-se-lhe a vida, não morras mensageira ... cuido que sem ti não vivo...
- Por onde se descobre a força de se amar?
- Tanto andaste até aqui ... e no entanto sempre à tua frente a tiveste ! Nunca esqueças quando o mar olhaste e guardaste, quando a vida te chamou ... bem atrás do horizonte !!
WAR !!!!
Troavam as botas
E assim fugia o sol
Berravam as fúrias
Em bocas tão iguais
De quem pisa o caminho
De quem vive morrendo
Mar de ódio, mar de lágrimas
Papa de sangue e pó
Luz vendida em tanta fé
Cego o caminho, perdida a vida
De crianças que matam
De crianças que morrem
Um dia, sem mais que a luz
Dos olhos fechados de um cego
Do amor negociado
Em promessas de nada feitas
Viveu o homem, matou o homem
A vida que não descobriu
E assim fugia o sol
Berravam as fúrias
Em bocas tão iguais
De quem pisa o caminho
De quem vive morrendo
Mar de ódio, mar de lágrimas
Papa de sangue e pó
Luz vendida em tanta fé
Cego o caminho, perdida a vida
De crianças que matam
De crianças que morrem
Um dia, sem mais que a luz
Dos olhos fechados de um cego
Do amor negociado
Em promessas de nada feitas
Viveu o homem, matou o homem
A vida que não descobriu
mãos ...
E o que foi que nasceu
Naquele dia vulgar
De banal chuva e vento ?
Bocados e mais bocados
De fracas e apagadas vontades
Como sonhos inacabados
Perdi-te o rosto e o nome
Senti-te como um fantasma
Dançando na noite fria
Esqueci-te as mãos e o peito
Pisei-te a memória esquecida
Já não há nada pela manhã
E nas apregoadas tormentas
Vindas no vento à tua mão
No impossivel anoitecer
Aprendi no escuro a cor da luz
Parti naquele dia banal
Para onde nos leva a chuva
Voando solta no tempo
Fantasma que dança a vida
Musica que não se ouve
Sem mãos que nada sentem
Com mãos que não agarram
Os sons que vivem no mar
Naquele dia vulgar
De banal chuva e vento ?
Bocados e mais bocados
De fracas e apagadas vontades
Como sonhos inacabados
Perdi-te o rosto e o nome
Senti-te como um fantasma
Dançando na noite fria
Esqueci-te as mãos e o peito
Pisei-te a memória esquecida
Já não há nada pela manhã
E nas apregoadas tormentas
Vindas no vento à tua mão
No impossivel anoitecer
Aprendi no escuro a cor da luz
Parti naquele dia banal
Para onde nos leva a chuva
Voando solta no tempo
Fantasma que dança a vida
Musica que não se ouve
Sem mãos que nada sentem
Com mãos que não agarram
Os sons que vivem no mar
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
rotten piece & fucking zero idea !! # 1
1st: A pessoa queria COMPRAR um bilhete, não mitrá-lo, como provavelmente teria feito o Perfeito Anormal ( designação doravante usada para o telefonista e fraco interlocutor !! )... para todo e qualquer bicho macaco que com ele conviva e que à troca tivesse uns galhardetes e palmadinhas de anormal !!
2nd: ' ... desenrasque-se e procure no Estádio !! '... Mas para ouvir uma javardice destas nem era preciso gastar uma chamada para a FPF !
3rd: ' Não o posso ajudar. Adeus ! '. Mas ... ajudar alguém ??? Este hino à computorização das almas, à mais idiota maneira de funcionalismo ??? Dassssssss ... ajudar seria fingir que ia cagar ... e bazar por uns anos dali para fora ( como quem vai comprar cigarros e demora ... capisce ?? ).
4th: ' ... Cinco minutos depois tinha duas respostas de duas pessoas diferentes. Foi fantástico! ' ... Fantástico ?? O quê ? Encontrar duas pessoas normais por ali ????? Que entendessem lógico, expectável, salutar, OFERECER um bilhete a um atleta de Alta Competição ( duma modalidade que tanto orgulha este País ), para um jogo onde na bancada nenhum outro Tuga apoiante seria esperado ???
5th: FANTÁSTICO seria o Perfeito Anormal fugir do telefone quando ele tocasse ! Sempre evitava aparecer no jornal a engrossar o número dos que à primeira oportunidade de ser gente ... fingem que vão cagar e desaparecem para o seu mundinho de cagalhão ( passe a redundância !! )
rubricas ... a way of blogging !!!
Tenho reparado aqui e ali ( e ali e ali e mais aqui !! ) que de quando em quando se rubrica enquanto se bloga, assim como quem dá um cunhozinho especial ao post, como se ele se enturmasse no espirito da coisa ! Como copiar o que é bom não me repugna, antes pelo contrário, criei então a rubrica pontual aqui do ' pieces '!
ROTTEN PIECES & FUCKING ZERO IDEAS!!
Brevemente junto de si !!!
PS: Aliás, é que é já a seguir !!!
ROTTEN PIECES & FUCKING ZERO IDEAS!!
Brevemente junto de si !!!
PS: Aliás, é que é já a seguir !!!
Assinar:
Postagens (Atom)